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"Eu me achei fazendo cinema", diz a protagonista
DA REPORTAGEM LOCAL
Hermila Guedes, 25, não
pensou em ser atriz. "Aconteceu", diz. Primeiro como brincadeira, de ensaiar peças no
quintal da casa de um amigo.
A partir daí, ela foi parar no
elenco do curta "O Pedido"
(1999), de Adelina Pontual, que
é amiga de Marcelo Gomes, diretor de "Cinema, Aspirinas e
Urubus", em que Hermila fez
um pequeno papel. Como a caroneira no furgão de Johann
(Peter Ketnath) e Ranulpho
(João Miguel), ela seduz ambos, sem fazer força.
"Cinema, Aspirinas e Urubus" tem roteiro de Karim Aïnouz, que havia revelado o potencial cinematográfico de Lázaro Ramos em "Madame Satã", e decidiu alçar Hermila à
musa de "O Céu de Suely".
Para fazer o papel da protagonista, ao qual emprestou até
seu nome, Hermila viveu como
a personagem, vestindo suas
roupas e freqüentando seus lugares de trabalho e diversão em
Iguatu (CE) não só nos dias de
filmagens, mas nos dois meses
de ensaio que as antecederam.
"Tenho a sensação de que
não dei só uma personagem,
dei uma alma a Karim", afirma.
Talvez por isso Hermila chore
sem controle a cada vez que vê
o filme. Com ele, ficou certa de
querer seguir na profissão que
(não) escolheu. "Sou minimalista. Tudo o que faço é pequeno. Eu coube ali. Não precisava
fazer nada, nem atuar, só sentir. Me achei fazendo cinema."
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