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TELEVISÃO
Crítica
Wajda se rende ao rancor e perde lucidez
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Certos filmes, Andrzej Wajda
dirige com ódio. Em geral, é
ódio dos comunistas. Russos
nem se fala. E não faltam razões
para tanto em "Katyn" (TC Cult, 22h; 16 anos).
Ali se fala do início da Segunda Guerra Mundial, quando a
Polônia é invadida por alemães
e russos.
Estando os oficiais poloneses
que haviam sido feito prisioneiros sob guarda dos russos,
no momento do Pacto Germano-Soviético, algo começa a
soar estranho em toda a história. Será o prenúncio de um
massacre inominável.
Para ter uma ideia do rancor
que o episódio desperta em
Wajda, basta perceber que ele
chega a ter mais simpatia pelo
invasor nazista do que pelos
soviéticos. Entende-se.
Isso cria, no entanto, um
problema para o drama. De
tanto crer na verdade do que
narra -e historicamente há
mesmo motivos para isso-, o
filme de Wajda contenta-se
com uma narrativa extremamente tradicional.
É um mestre que está na câmera, sem dúvida, mas não em
toda sua lucidez.
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