São Paulo, terça-feira, 17 de novembro de 2009

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TELEVISÃO

Crítica

Wajda se rende ao rancor e perde lucidez

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Certos filmes, Andrzej Wajda dirige com ódio. Em geral, é ódio dos comunistas. Russos nem se fala. E não faltam razões para tanto em "Katyn" (TC Cult, 22h; 16 anos).
Ali se fala do início da Segunda Guerra Mundial, quando a Polônia é invadida por alemães e russos.
Estando os oficiais poloneses que haviam sido feito prisioneiros sob guarda dos russos, no momento do Pacto Germano-Soviético, algo começa a soar estranho em toda a história. Será o prenúncio de um massacre inominável.
Para ter uma ideia do rancor que o episódio desperta em Wajda, basta perceber que ele chega a ter mais simpatia pelo invasor nazista do que pelos soviéticos. Entende-se.
Isso cria, no entanto, um problema para o drama. De tanto crer na verdade do que narra -e historicamente há mesmo motivos para isso-, o filme de Wajda contenta-se com uma narrativa extremamente tradicional.
É um mestre que está na câmera, sem dúvida, mas não em toda sua lucidez.

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