São Paulo, terça-feira, 17 de novembro de 2009

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Pré-estreias de "Lula" tentam criar clima emotivo

Estratégia de lançamento, que deverá consumir R$ 3,5 mi, inclui exibições especiais em Brasília, Recife e São Bernardo

Dirigido por Fábio Barreto e produzido por Luiz Carlos Barreto, filme terá campanha na TV e estreia nacional em 1º de janeiro

Divulgação
Cena da superprodução de Fábio Barreto que retrata infância do presidente Lula(o terceiro, à frente)

ANA PAULA SOUSA
DA REPORTAGEM LOCAL

Certo de que os 1,4 mil lugares do cinema desenhado por Oscar Niemeyer serão poucos para a noite de hoje, o presidente do Festival de Cinema de Brasília, Fernando Adolfo, providenciou 300 cadeiras extras. Habituado ao público jovem que frequenta o evento, ele incluiu, na aritmética dos convites, o chão do Cine Brasília. "Os corredores são largos, dá para sentar."
Os organizadores do Festival de Brasília nunca se sentiram tão prestigiados. "Sempre convidamos todo o corpo diplomático e os ministérios. Pela primeira vez, todos aceitaram o convite", diz Adolfo.
Pelas contas da organização, haverá, ao menos, 300 pessoas ligadas ao Palácio do Planalto na primeira exibição pública de "Lula, o Filho do Brasil", superprodução dirigida por Fábio Barreto ("O Quatrilho").
Os jornalistas credenciados quadruplicaram em relação a anos anteriores. Já a presença do presidente da República foi confirmada e desconfirmada uma dezena de vezes. A última informação é de que não irá, mas mandará a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
"A gente não tem a confirmação dele para nada. Ora dizem que vai, ora dizem que não vai", diz a produtora Paula Barreto. O vai-não-vai se estende às exibições no teatro Guararapes, em Recife, nesta quinta-feira, e na Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, no próximo dia 28.
Fontes ligadas à produção confirmaram, porém, que a exibição em Pernambuco foi remanejada para se encaixar na agenda de Lula.
O Estado natal do presidente é ponto estratégico no mapa do lançamento. O plano era fazer a exibição em Caetés, com a presença da família, mas, no país dos sem-tela, a opção mostrou-se complicada. "Era uma estrutura caríssima e, além disso, os órgãos antipirataria nos desaconselharam. Eles sugeriram que evitássemos exibições a céu aberto", diz a produtora.

Nos cafundós
O triângulo de cidades foi desenhado para dar conta da política, da família e do sindicalismo, envolvendo o filme numa atmosfera emocional. "A partir de agora, o filme vai poder ser julgado pelo que é", diz Bruno Wainer, responsável pela distribuição. "Todo mundo verá que é uma história forte e não tem nada a ver com política."
Será esse também o tom da publicidade que tomará rádios, jornais e ruas em duas semanas. Em 26/12, começa a campanha de TV, tiro final para a estreia nacional, em 1º/1.
Até lá, pré-estreias voltadas a sindicalistas e políticos devem correr outras capitais. "Queremos ajudar a divulgar a história de um trabalhador de sucesso para mostrar a importância da filiação aos sindicatos", diz Wagner Freitas, dirigente da CUT, que organiza a venda de ingressos mais baratos para sindicatos.
"Queremos chegar aonde o cinema geralmente não chega", resume Paula Barreto. "Os dois cinemas de Garanhuns, por exemplo, nunca receberiam cópias na semana de estreia."
Desta vez, receberão. Programas voltados à exibição de filmes em cidades órfãs de salas, como o Cine Tela Brasil e o Cine Magia, também foram mobilizados pelos produtores do candidato a blockbuster.


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