São Paulo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FILMES

Um Fugitivo do Barulho
Globo, 15h35.
 
(Treehouse Hostage). EUA, 1999, 90 min. Direção: Sean McNamara. Com Jim Varney. Criminoso foge da cadeia e da polícia, mas não da armadilha de um menino de dez anos. Para rir amarelo.

Raven - A Volta dos Dragões Negros
Record, 21h45.
 
(Raven). EUA, 1992, 69 min. Direção: Craig R. Baxter. Com Jeffrey Meek, Lee Majors. Episódio da série de TV. Aqui, Raven (Meek), um ex-membro dos Dragões Negros, tenta proteger seu patrão, dono de um restaurante no Havaí, contra os mafiosos da Yakuza.

Cidade dos Anjos
SBT, 22h15.
 
(City of Angels). EUA, 1998, 114 min. Direção: Brad Silberling. Com Nicolas Cage, Meg Ryan. Seth (Cage), anjo enviado à Terra para confortar um homem que está morrendo, bate as asas para a simpática médica que cuida do paciente, Maggie (Ryan), que por sinal não acredita em anjos. O filme anuncia se inspirar em "Asas do Desejo", de Wim Wenders. Na verdade, sua proximidade mais profunda é com "Ghost".

Intercine
Globo, 1h40.

Os candidatos a passar hoje são "Grandes Esperanças" (1998, de Alfredo Cuaron, com Ethan Hawke, Gwyneth Paltrow) e "Ouvindo a Morte Chegar" (1998, de Walter Klenhard, com Josie Bisset, Jason Beghe).

Ladrão de Casaca
Bandeirantes, 2h15.
    
(To Catch a Thief). EUA, 1955, 97 min. Direção: Alfred Hitchcock. Com Cary Grant, Grace Kelly. Uma série de roubos cometidos usando a mesma técnica que John Roble (Grant) usou no passado faz com que a polícia o acuse de ter voltado à sua vida de crimes. Enquanto tenta provar sua inocência, ele cai nos braços de uma rica herdeira (Kelly). Talvez o menor Hitchcock dos anos 50. Isto é, ótimo.

Cadillac Cor-de-Rosa
SBT, 3h30.
  
(Pink Cadillac). EUA, 1989, 125 min . Direção: Buddy van Horn. Com Clint Eastwood, Bernadete Peters. Clint aqui é um caçador de recompensas que, após capturar a mulher que foge num Cadillac rosa, decide que o seu contratante e marido da garota é um cretino (o que é fato) e muda de lado. Não é uma comédia inesquecível, mas um veículo simpático para Clint, também produtor do filme. Só para São Paulo.

O Siciliano
Globo, 3h35.
  
(The Sicilian). EUA/Itália, 1987, 115 min. Direção: Michael Cimino. Com Christopher Lambert, Terence Stamp. A vida de Salvatore Giuliano, personagem controverso da história italiana, com um tanto de mafioso, outro de bandido que tomava o partido do povo. Ficou com o papel o insosso Lambert, o que não ajuda. Ajuda ainda menos o fato de Francesco Rosi ter, antes, realizado o belíssimo "O Bandido Giuliano". (IA)

Os diretores também erram

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Será a Ancinav uma coisa certa ou errada? Boa ou ruim? A pergunta me ocorre ao lembrar que, dos filmes exibidos no Festival de Brasília de 2003, há uma pá deles inédita: "O Signo do Caos", de Rogério Sganzerla, "Lost Zweig", de Silvio Back, e "Harmada", de Maurice Capovilla.
Isto é, 50% dos filmes apresentados naquele que foi o mais forte festival brasileiro dos últimos anos. Quer dizer que tem algo errado nessa história, sim.
Não só as leis erram. Também os diretores. Capovilla realizou trabalho significativo em "O Profeta da Fome" (Canal Brasil, 4h), a história de um faquir na miséria paulistana.
O acerto: buscou José Mojica Marins para fazer o personagem. O erro: fez outra pessoa dublá-lo. Perdeu sua fala característica e, no fim, perdeu Zé do Caixão.

SÉRIE

"Byron" simplifica trajetória do poeta inglês

MARCELO PEN
CRÍTICO DA FOLHA

No início de "Byron", um grupo de cavalheiros examina uns escritos denominados "Minha Vida e Aventuras", do poeta inglês George Gordon Byron (1788-1824), morto havia pouco tempo com meros 36 anos. Os papéis são lançados ao fogo.
A idéia desta microssérie da BBC em dois capítulos, exibida pelo Eurochannel, é clara. Passaremos a ver o que a moral puritana do século 19 não permitiu que viesse a público. Para provar essa intenção, na cena seguinte, Byron (Jonny Lee Miller) aparece beijando um jovem grego.
Na vida de lorde Byron, "o maior engenho poético do século", segundo Goethe, não faltam lances rumorosos e sensacionais. Costumava beber vinho em taça feita de crânio humano. Manteve casos com mulheres casadas, uma das quais a própria meia-irmã, Augusta, com quem teria tido uma filha. Sodomizou sua mulher (além de rapazes), prática considerada criminosa na época. Lutou pela independência da Grécia.
Além disso, Byron foi autor de best-sellers. Seu "Childe Harold", que o transformou numa "celebridade instantânea", se esgotou em três dias. Teve sete edições em quatro semanas. "O Corsário" vendeu 10 mil exemplares no dia do lançamento. Nada mal, quando recordamos que se trata de duas narrativas em verso.
A série retrata tudo isso. E mais. O problema com esse tipo de filme, porém, é o fato de ele dificilmente escapar ao biografismo, à tendência de descrever uma certa trajetória do artista (em detrimento de suas inquietações artísticas) como num compêndio de acontecimentos agrupados em anódina seqüência.
O resultado frustra a expectativa não só de quem quer conhecer melhor as idéias do autor, como até de quem deseja ver a tela cobrir-se de escândalos. O caráter protocolar do roteiro e da direção esmorece quaisquer arroubos que o polêmico poeta romântico pudesse ter ensaiado. Nem a presença de Vanessa Redgrave, no papel de uma envelhecida lady Melbourne, salva a alma do bardo.


BYRON. Quando: hoje, às 4h; qua. (18h e 2h), no Eurochannel.


Texto Anterior: Astrologia
Próximo Texto: José Simão: Buemba! A Mamãe Noel tá peladona!
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.