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TELEVISÃO
Crítica
"Batman" e "Exorcista" expõem as máscaras
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Diz o filósofo esloveno Slavoj Zizek que, num mundo de máscaras como o de "Batman, o Cavaleiro das Trevas" (HBO Plus, 19h45; 12 anos), apenas o vilão supremo, o Coringa, se dispõe a desmascarar, o que implica, creio eu, estabelecer uma relação com a verdade.
Talvez o comentário se aplique, em parte, a "O Exorcista" (TCM, 23h45; 16 anos), de William Friedkin, em que o demônio toma o corpo da garota.
Talvez carreguemos todos algum tipo de máscara a ocultar a real natureza, assim como o exorcista se pretende a máscara de Deus.
"O Exorcista" é um filme de 1973, portanto do tempo da Guerra do Vietnã, com a qual não tem nenhum vínculo, exceto, talvez, o fato de indicar essa dupla natureza dos seres (angelicais e demoníacos como a garota do filme) e, talvez, das nações.
Nem será preciso lembrar, a propósito, que "O Cavaleiro das Trevas", de Christopher Nolan, é um filme da era G.W. Bush, em que as máscaras nem se esforçavam para disfarçar a sua natureza.
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