São Paulo, quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

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Com ingressos caros, cinema é evento social

DE PEQUIM

A plateia grita quando "China" aparece no mapa em "2012". É onde os terráqueos poderão se salvar da destruição do planeta no filme-catástrofe.
Quando aparecem os monges tibetanos, mais gritos. Acostumados ao cinema patriótico, o público aplaude e levanta os braços. Nem parece que o filme é de Hollywood e o nome do multiplex onde as pessoas o assistem é Megabox.
Fora o momento nacionalista, a sala cheia parece que não se empolga muito com o filme. Boa parte do público conversa animadamente sem olhar para a tela. Muitos rapazes aproveitam para tirar soneca, e suas namoradas, entediadas, ficam teclando joguinhos no celular e no iPod, ou enviando mensagens de texto.
Como no Brasil, cinema é passatempo de elite na China. A entrada de 80 yuans (aproximadamente R$ 20) equivale a 40 bilhetes de metrô em Pequim -um valor alto demais para a renda média chinesa.
A maior parte da plateia tem menos de 30 anos de idade e é a primeira geração de chineses a achar normal ir a um cinema confortável com certa frequência. "2012" não ajuda, mas o público, vestido para a festa, parece estar mais lá pelo ver e ser visto do que pelo prazer cinematográfico. (RJL)


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