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Com ingressos caros, cinema é evento social
DE PEQUIM
A plateia grita quando "China" aparece no mapa em
"2012". É onde os terráqueos
poderão se salvar da destruição
do planeta no filme-catástrofe.
Quando aparecem os monges
tibetanos, mais gritos. Acostumados ao cinema patriótico, o
público aplaude e levanta os
braços. Nem parece que o filme
é de Hollywood e o nome do
multiplex onde as pessoas o assistem é Megabox.
Fora o momento nacionalista, a sala cheia parece que não
se empolga muito com o filme.
Boa parte do público conversa
animadamente sem olhar para
a tela. Muitos rapazes aproveitam para tirar soneca, e suas
namoradas, entediadas, ficam
teclando joguinhos no celular e
no iPod, ou enviando mensagens de texto.
Como no Brasil, cinema é
passatempo de elite na China.
A entrada de 80 yuans (aproximadamente R$ 20) equivale a
40 bilhetes de metrô em Pequim -um valor alto demais
para a renda média chinesa.
A maior parte da plateia tem
menos de 30 anos de idade e é a
primeira geração de chineses a
achar normal ir a um cinema
confortável com certa frequência. "2012" não ajuda, mas o público, vestido para a festa, parece estar mais lá pelo ver e ser
visto do que pelo prazer cinematográfico.
(RJL)
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