São Paulo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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Rio faz operação militar para trazer "Guerra e Paz"

Montagem dos painéis criados por Candido Portinari envolve 50 pessoas

Presidente Lula vai inaugurar no Municipal carioca a exposição das obras vindas da ONU na próxima terça-feira

MARCELO BORTOLOTI
DO RIO

Desde segunda, uma equipe de 50 pessoas trabalha na montagem dos dois painéis de "Guerra e Paz", obra de Candido Portinari, no palco do Teatro Municipal do Rio.
Tudo deve estar pronto até terça, quando serão exibidos no Brasil -com a presença do presidente Lula- pela primeira vez desde 1956.
Neste fim de semana, a Orquestra Sinfônica Brasileira e a Orquestra Sinfônica do Municipal realizam quatro apresentações em homenagem à obra, mas ela ficará coberta.
Cada painel tem 14 m de altura e, juntos, pesam 2,8 toneladas. Trazê-los foi uma operação militar. A equipe os desmontou em seis dias, trabalhando de madrugada na sede da ONU, em Nova York, onde estão desde 1957.
Eles são formados por 28 placas de madeira compensada, que Portinari encomendou na época a construtores de barco.
Tudo foi transportado de caminhão até um aeroporto de carga no norte dos Estados Unidos e, por motivo de segurança, embarcado em três aviões diferentes.
Após a exibição no teatro, até o dia 30 de dezembro, serão desmontados outra vez para o restauro. "Estão sujos, mas seu estado de conservação é ótimo", diz o restaurador Edson Motta.
A vinda ao Brasil é mais significativa pela sua exposição. O público brasileiro praticamente desconhece a obra "Guerra e Paz", considerada pelo próprio Portinari como seu principal trabalho.
A ideia de trazê-la partiu de seu filho, João Candido Portinari, depois de saber que a sede da ONU passaria por reformas. "Diziam que poucos brasileiros poderiam ver os painéis. Esta será a melhor oportunidade", diz.
Ele conseguiu o patrocínio de R$ 6,5 milhões do BNDES para transporte, seguro, restauro e exposição no Municipal. A ONU exigiu que a obra retorne em 2013, quando termina a reforma no prédio.
Até lá, João Candido procura patrocínio para fazê-la circular pelo Brasil e por países como França e Noruega.


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