São Paulo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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CRÍTICA DRAMA

Peça traduz o amor com sinceridade e despudor

"Música p/ Cortar os Pulsos" não esquiva tom escandaloso e exagerado

CHRISTIANE RIERA
CRÍTICA DA FOLHA

"Onde começam as histórias de amor? Quantos amantes elas sacrificam para ser contadas? Em que parte da música elas terminam?" São essas questões que preocupam Felipe, Isabela e Ricardo, interpretados pelos atores Kauê Telloli, Mayara Constantino e Victor Mendes, ao revezarem seus relatos sobre os tropeços do amor em microfones com um tom abertamente confessional.
Escrita pelo jovem diretor de cinema e teatro Rafael Gomes, "Música p/ Cortar os Pulsos" é uma peça despretensiosa em que o amor é retratado de maneira escandalosa, como em peça de Domingos de Oliveira, ou exagerada, como em Cazuza.
Trata-se de dez breves cenas batizadas com títulos que remetem às fases de qualquer relacionamento amoroso: os sentimentos, os gestos e disfarces, as tentativas e as surpresas, inclusive os encontros.
O resultado é um texto com o despudor das milhares das canções de amor, com a sinceridade e a inocência que as caracterizam e o desejo desavergonhado de traduzir essa complicada emoção.
Destaque absoluto para o talento de Mayara Constantino, que consegue unir humor e dor, ainda mantendo seu charme e carisma, mesmo em momentos de tristeza. Apesar dessa simpática travessia por um sofrimento tão familiar a todos, inevitável sairmos do espetáculo com ecos do trecho devastador de Roberto Carlos: "Ficaram as canções e você não ficou...".

MÚSICA P/ CORTAR OS PULSOS

QUANDO sáb., às 20h, e dom., às 18h; até 19/12
ONDE Instituto Cultural Capobianco Teatro da Memória (r. Álvaro de Carvalho, 97; tel. 0/ xx/ 11/3237-1187)
QUANTO R$ 20
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO regular


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