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Crítica
Filme de Chaplin dialoga com a modernidade
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O cinema fez um belo casamento com outras artes nos
anos 10 e 20. Numa época em
que a mecanização já mostrava
seu vulto sobre o cotidiano humano, vários artistas plásticos
tentavam dialogar com esses
novos tempos por meio dos filmes. Sendo alguns deles Marcel
Duchamp, Man Ray e Hans
Richter, na prática tivemos
uma produção experimental
notável.
Pois Charles Chaplin, do outro lado do oceano, além de
herdar por muito tempo essa
inquietação dos artistas europeus, fez alguns filmes emblemáticos sobre essa relação homem e modernidade.
Um deles é "Em Busca do
Ouro" (Telecine Cult, 20h).
Nem é um filme urbano, mas
Carlitos refaz a relação do corpo num mundo tecnológico,
onde o primeiro vai perdendo e
ganhando novas funções diante
do maquinário. É, também, o
momento criando a utilidade.
Assim, num barraco no meio da
neve, Carlitos combaterá a desolação fazendo um pequeno
número musical com dois pãezinhos espetados em garfos.
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