|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Atores da novela relatam choque cultural
CAIO JOBIM
DA SUCURSAL DO RIO
O elenco de "Caminho das
Índias" passou por seis meses
de preparação antes do começo
das gravações, em outubro do
ano passado. Para muitos integrantes do elenco, a imersão na
cultura indiana foi um verdadeiro "choque cultural". Especialmente para quem foi à Índia
gravar as cenas iniciais.
"Quando você cria um personagem, você busca referências
próximas, mas, quando ele não
tem nada a ver com o seu universo, é muito mais difícil. Ter
ido para a Índia foi importante
para ver o comportamento das
indianas: o jeito de andar, o
olhar, os gestos", diz Juliana
Paes sobre a construção de Maya, jovem descendente de uma
nobre família da casta dos comerciantes que é a protagonista de "Caminho das Índias".
"Intocável"
De volta às novelas globais
após um período na Record,
Márcio Garcia formará com
Paes o par central da trama. Ele
é Bahuan, um "intocável",
aquele a quem os textos sagrados definem como "a poeira aos
pés do deus Brahma" por ser
oriundo de uma casta inferior.
"Na Índia, direitos iguais não
existem", diz Garcia. "Bahuan
tem de aceitar o carma dele,
pois lá se acredita que, se você
tentar viver uma vida diferente
daquela que o destino te proporcionou, você não vai crescer
espiritualmente em sua próxima vida", explica o ator.
Lima Duarte procurou se
misturar ao povo nas ruas para
"penetrar no ser humano e não
ficar apenas atuando na frente
daqueles cenários".
"Cercados pela cordilheira
do Himalaia, eles criaram seu
próprio mundo. Eu vi pessoas
comendo no chão, com as
mãos, e fiquei horrorizado, até
que eles me ofereceram um
pouco. Lá, mesmo a sujeira vem
cercada de uma limpeza moral,
tudo lá é sagrado, enquanto
aqui tudo é muito material",
conta o intérprete de Shankar,
um brâmane -designação dada aos integrantes da casta social mais elevada- que entra
em conflito com Opash (Tony
Ramos), um tradicionalista radical que não admite que um
nobre tenha adotado e criado o
"intocável" Bahuan.
Valverde
Em sua primeira viagem ao
exterior, Ísis Valverde mergulhou em uma crise existencial
quando chegou ao Oriente.
Sua personagem, a brasileira
Camila, transita entre os dois
países em virtude de uma paixão virtual. "Você nunca vai se
sentir parte daquele mundo,
vai sempre se sentir um estrangeiro lá", afirma ela.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Trama terá blogueiro e avatar Índice
|