São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 2009

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Atores da novela relatam choque cultural

CAIO JOBIM
DA SUCURSAL DO RIO

O elenco de "Caminho das Índias" passou por seis meses de preparação antes do começo das gravações, em outubro do ano passado. Para muitos integrantes do elenco, a imersão na cultura indiana foi um verdadeiro "choque cultural". Especialmente para quem foi à Índia gravar as cenas iniciais.
"Quando você cria um personagem, você busca referências próximas, mas, quando ele não tem nada a ver com o seu universo, é muito mais difícil. Ter ido para a Índia foi importante para ver o comportamento das indianas: o jeito de andar, o olhar, os gestos", diz Juliana Paes sobre a construção de Maya, jovem descendente de uma nobre família da casta dos comerciantes que é a protagonista de "Caminho das Índias".

"Intocável"
De volta às novelas globais após um período na Record, Márcio Garcia formará com Paes o par central da trama. Ele é Bahuan, um "intocável", aquele a quem os textos sagrados definem como "a poeira aos pés do deus Brahma" por ser oriundo de uma casta inferior.
"Na Índia, direitos iguais não existem", diz Garcia. "Bahuan tem de aceitar o carma dele, pois lá se acredita que, se você tentar viver uma vida diferente daquela que o destino te proporcionou, você não vai crescer espiritualmente em sua próxima vida", explica o ator.
Lima Duarte procurou se misturar ao povo nas ruas para "penetrar no ser humano e não ficar apenas atuando na frente daqueles cenários".
"Cercados pela cordilheira do Himalaia, eles criaram seu próprio mundo. Eu vi pessoas comendo no chão, com as mãos, e fiquei horrorizado, até que eles me ofereceram um pouco. Lá, mesmo a sujeira vem cercada de uma limpeza moral, tudo lá é sagrado, enquanto aqui tudo é muito material", conta o intérprete de Shankar, um brâmane -designação dada aos integrantes da casta social mais elevada- que entra em conflito com Opash (Tony Ramos), um tradicionalista radical que não admite que um nobre tenha adotado e criado o "intocável" Bahuan.

Valverde
Em sua primeira viagem ao exterior, Ísis Valverde mergulhou em uma crise existencial quando chegou ao Oriente.
Sua personagem, a brasileira Camila, transita entre os dois países em virtude de uma paixão virtual. "Você nunca vai se sentir parte daquele mundo, vai sempre se sentir um estrangeiro lá", afirma ela.


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