|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Beyoncé cativa fãs com performance poderosa
Para cantores e produtores, a americana alia boas canções pop a imprevisibilidade
Aos 28 anos, a autora de hits como "Single Ladies" fará cinco shows no Brasil em fevereiro, incluindo uma apresentação no Morumbi
DA REPORTAGEM LOCAL
Por que Beyoncé desperta
tanta paixão no Brasil?
Aos 28 anos, essa cantora
norte-americana:
1) Vendeu 182 mil cópias de
"I Am... Sasha Fierce" no país, o
que colocou o disco como o terceiro mais vendido em 2009;
2) Teve a música mais ouvida
nas rádios daqui no ano passado; "Halo" teve 24.700 execuções, segundo pesquisa da Crowley. Ela também aparece no
quarto lugar, com "If I Were a
Boy" (16.850 execuções);
3) Obrigou os promotores de
sua turnê brasileira (leia quadro nesta página) a abrir uma
data extra no Rio de Janeiro e já
vendeu mais de 80% dos ingressos de sua apresentação no
estádio do Morumbi.
Não que Beyoncé não faça
sucesso em outros lugares -é
responsável por mais de 100
milhões de cópias de discos
vendidas no mundo e no Réveillon fez um show exclusivo para
o filho do ditador da Líbia,
Muammar Gaddafi-, mas a
cantora de hits como "Single
Ladies" e "Crazy in Love" caiu
no gosto do brasileiro.
"Acredito que ela se tornou
uma unanimidade por conta do
seu real talento. Sabe cantar,
dançar, entreter e suas canções
embalam muitos. Eu diria que
ela é uma "Michael Jackson de
saia'", opina Ivete Sangalo, que
dividirá palco com Beyoncé em
São Paulo, em 6/2, e Salvador,
em 10/2 (a americana se apresenta ainda no Rio, em 7/2 e 8/
2, em Florianópolis, em 4/2).
"Eu amo a Beyoncé", diz a
cantora Thalma de Freitas.
"Ela segue a tradição de Michael e Janet Jackson, da Tina
Turner: não é apenas uma cantora, mas faz performances. Ela
própria é o espetáculo. Sabe fazer as pessoas felizes."
Malícia
Nascida em Houston, Beyoncé começou a cantar quando
criança. Formou o grupo vocal
Destiny's Child e, ao misturar
r&b, hip hop e o mais puro pop,
tornou-se um dos principais
nomes da música americana
nos anos 00. O corpo perfeito, o
visual ousado e a atuação em
filmes como "Dreamgirls", que
a levou a receber duas indicações ao Globo de Ouro, a ajudaram a aumentar o sucesso.
"Ela canta com muita malícia
e consegue surpreender", afirma o produtor Carlos Eduardo
Miranda. "Quando todos achavam que ia se tornar uma cantora previsível, ela segue por
um caminho novo, como fez em
"Single Ladies", que é um hit tribal, quase africano. Ninguém
esperava isso dela."
Para Kassin (produtor de
Mallu Magalhães, Mariana Aydar, Ana Carolina), Beyoncé
acertou ao não seguir a tradição
da música negra americana:
"Ela é bem pop. Não é apenas
uma cantora; possui uma percepção estética do trabalho dela que é bastante apurada. Tem
carisma, dança bem. É um fenômeno pop desde a época em
que estava no Destiny's Child".
Thalma de Freitas concorda:
"Ela é preta, gostosa, simpática.
E tem os filmes nos quais
atuou. Você junta tudo isso e
tem uma artista pop perfeita".
Os shows que Beyoncé fará
no Brasil terão estrutura semelhante à que ela levou à Europa
e aos EUA. As apresentações
devem durar duas horas e meia,
em que a cantora será acompanhada por dez bailarinos e usará dez figurinos diferentes, assinados por Thierry Mugler.
"Musicalmente, não é o tipo
de coisa que eu ouço em casa,
mas sempre quero saber o que
ela está fazendo. É como Madonna", avalia Kassin.
(THIAGO NEY)
Texto Anterior: Metal popular Próximo Texto: Frases Índice
|