São Paulo, segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

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Beyoncé cativa fãs com performance poderosa

Para cantores e produtores, a americana alia boas canções pop a imprevisibilidade

Aos 28 anos, a autora de hits como "Single Ladies" fará cinco shows no Brasil em fevereiro, incluindo uma apresentação no Morumbi

DA REPORTAGEM LOCAL

Por que Beyoncé desperta tanta paixão no Brasil?
Aos 28 anos, essa cantora norte-americana:
1) Vendeu 182 mil cópias de "I Am... Sasha Fierce" no país, o que colocou o disco como o terceiro mais vendido em 2009;
2) Teve a música mais ouvida nas rádios daqui no ano passado; "Halo" teve 24.700 execuções, segundo pesquisa da Crowley. Ela também aparece no quarto lugar, com "If I Were a Boy" (16.850 execuções);
3) Obrigou os promotores de sua turnê brasileira (leia quadro nesta página) a abrir uma data extra no Rio de Janeiro e já vendeu mais de 80% dos ingressos de sua apresentação no estádio do Morumbi.
Não que Beyoncé não faça sucesso em outros lugares -é responsável por mais de 100 milhões de cópias de discos vendidas no mundo e no Réveillon fez um show exclusivo para o filho do ditador da Líbia, Muammar Gaddafi-, mas a cantora de hits como "Single Ladies" e "Crazy in Love" caiu no gosto do brasileiro.
"Acredito que ela se tornou uma unanimidade por conta do seu real talento. Sabe cantar, dançar, entreter e suas canções embalam muitos. Eu diria que ela é uma "Michael Jackson de saia'", opina Ivete Sangalo, que dividirá palco com Beyoncé em São Paulo, em 6/2, e Salvador, em 10/2 (a americana se apresenta ainda no Rio, em 7/2 e 8/ 2, em Florianópolis, em 4/2).
"Eu amo a Beyoncé", diz a cantora Thalma de Freitas. "Ela segue a tradição de Michael e Janet Jackson, da Tina Turner: não é apenas uma cantora, mas faz performances. Ela própria é o espetáculo. Sabe fazer as pessoas felizes."

Malícia
Nascida em Houston, Beyoncé começou a cantar quando criança. Formou o grupo vocal Destiny's Child e, ao misturar r&b, hip hop e o mais puro pop, tornou-se um dos principais nomes da música americana nos anos 00. O corpo perfeito, o visual ousado e a atuação em filmes como "Dreamgirls", que a levou a receber duas indicações ao Globo de Ouro, a ajudaram a aumentar o sucesso.
"Ela canta com muita malícia e consegue surpreender", afirma o produtor Carlos Eduardo Miranda. "Quando todos achavam que ia se tornar uma cantora previsível, ela segue por um caminho novo, como fez em "Single Ladies", que é um hit tribal, quase africano. Ninguém esperava isso dela."
Para Kassin (produtor de Mallu Magalhães, Mariana Aydar, Ana Carolina), Beyoncé acertou ao não seguir a tradição da música negra americana: "Ela é bem pop. Não é apenas uma cantora; possui uma percepção estética do trabalho dela que é bastante apurada. Tem carisma, dança bem. É um fenômeno pop desde a época em que estava no Destiny's Child".
Thalma de Freitas concorda: "Ela é preta, gostosa, simpática. E tem os filmes nos quais atuou. Você junta tudo isso e tem uma artista pop perfeita".
Os shows que Beyoncé fará no Brasil terão estrutura semelhante à que ela levou à Europa e aos EUA. As apresentações devem durar duas horas e meia, em que a cantora será acompanhada por dez bailarinos e usará dez figurinos diferentes, assinados por Thierry Mugler.
"Musicalmente, não é o tipo de coisa que eu ouço em casa, mas sempre quero saber o que ela está fazendo. É como Madonna", avalia Kassin.
(THIAGO NEY)


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