São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 2011

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OPINIÃO

Geração conectada ao Facebook já conta com seu próprio "O Poderoso Chefão"

THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO

Não é sempre que o Globo de Ouro tem chance de premiar um grande filme de verdade. Neste ano, a oportunidade não foi desperdiçada. "A Rede Social" é mesmo tudo isso. E mais um pouco.
O roteirista Aaron Sorkin, que ganhou um dos quatro prêmios dados ao filme, definiu de forma brilhante em seu discurso de agradecimento: "David Fincher consegue fazer uma cena de digitação tão eletrizante quanto um assalto a banco".
Um diretor fantástico, um elenco jovem e arrebatador, uma edição empolgante e, principalmente, uma história que diz respeito a quase 600 milhões de pessoas.
Poucas vezes o cinema conseguiu ser tão pertinente como em "A Rede Social", uma espécie de "O Poderoso Chefão" desta geração.
Jesse Eisenberg deveria ganhar como melhor ator, por ser o fio condutor do filme numa composição ao mesmo tempo cativante e desprezível de Mark Zuckerberg, o criador do Facebook.
Mas os críticos estrangeiros em Hollywood já assimilaram o complexo de inferioridade dos americanos diante dos atores ingleses. Basta um sotaquezinho britânico para achar o cara o máximo.
Colin Firth não é nenhum Laurence Olivier, nem mesmo um Kenneth Branagh. Só fez Shakespeare desde criança. Aos 12 anos, ele provavelmente decorava "Hamlet".
Na mesma idade, Natalie Portman já deveria ter recebido alguns prêmios como a menina de "O Profissional". O merecido Globo de Ouro dela pode fazer mais gente se arriscar a ver "Cisne Negro", filme esquisitão, difícil.
Nas produções de TV, a dramática e cheia de pedigree "Boardwalk Empire" compensa os três prêmios para "Glee", que já deu tudo que tinha a dar. Faltou coragem para eleger "The Big C", uma comédia sobre câncer que ainda fará história na TV.


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