São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005 |
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ERIKA PALOMINO POPOZUDAS AGITA SEMANA DE MODA EM NY
A imagem de Jennifer Lopez
agradecendo os aplausos de seu
desfile, que você vê (bem) nesta
página, é um dos momentos fashion da semana de moda de Nova
York, encerrada na última sexta.
O que ela fez? Roupas exibidas
-shortinhos, cristais, mink. Nada muito especial. Mais do que interessadas nas roupas, porém, as
pessoas estavam lá para vê-la. A
imagem final da cantora sintetiza
o corrente frenesi em torno das
celebridades, que agora (socorro)
toma conta não apenas da passarela -também do backstage. A
mídia especializada deu meio de
ombros. Mas nem é birra contra a
cultura da fama, não -a moda
masculina de P.Diddy, por exemplo, é saudada como oitava maravilha fashion, até mesmo por Anna Wintour. Na Calvin Klein, o brasileiro Francisco Costa vem ainda mais seco, quase minimalista, bem rigoroso nas linhas. Tomara que caia (colos nus) ou cobrindo o pescoço (fechadas), as formas lembram a geometria dos anos 60. De novo, surpreendem a perfeição da costura e o domínio das silhuetas. Uma estrutura de couroserve de surpreendente sustentação para o vestido. A marca de elite Tuleh, manda passarela uns camuflados estilizados -em casacos de raposa, vestidos e saias.O exército americano lança (curiosamente, na mesma semana) um novo tipo de camuflado para o uniforme de suas tropas: sai a tradicional estampa que lembra folhas verdes, entram em cena tons de marrom, cinza e verde, mais adequados às novas necessidades dos soldados. O "new look" militar americano vai agora do deserto à cidade. "Será que os guerreiros estão se tornando fashion ou a moda está respondendo à guerra?", perguntou o "NYT". Nem Zac Posen nem Ralph Lauren. As peças mais admiradas da cidade nesta semana foram as faixas de náilon laranja que o artista plástico búlgaro Christo colocou nas passagens de pedestres do Central Park. Batizado de "The Gates", o projeto inaugurou no último sábado. Acordei cedo e me joguei A primeira visão parecia o nascer do sol, um sopro de frescor e luz na manhã gelada, e o silêncio embranquecido do lago congelado era a moldura perfeita. Ao vento, as faixas de tecido se movem.O artista explica o objetivo de tudo isso: a beleza. Como a moda. Com a vantagem de que para esse show, o mais importante da estação americana, não é necessário convite. CONVERSINHA A palavra é tédio. Move tudo, né? Pra fugir do tédio, a gente faz qualquer coisa. O tédio pertence ao dia-a-dia da nossa geração. E de outras também. Quem garante é o pesquisador Pedro Salem, que, em seu livro "Do Luxo ao Fardo", analisa essa devastadora sensação desde o século 18. Não-acadêmico, mas especialista em vida real, o estilista Marcelo Sommer mostrou na última SPFW modelos no mais absoluto vazio. Para acabar com o tédio de um determinado segmento na noite, Sommer abre no outro sábado o Bar 13, onde por oito anos funcionou o Pix, no Pacaembu (SP). Folha - Fala então do seu desfile de inverno. Sommer - Quisemos fazer uma performance de tédio e fomos prestando atenção ao grupo de modelos durante os ensaios e orientando, pedindo uma atitude de neutralidade, de tédio -sem ser triste nem alegre. As pessoas adoraram. Folha - E o tédio para você como é? Sommer - Nesse tédio também existe uma criatividade, que vem dele e do ócio. Esse tempo livre anda de mãos dadas com o tédio. Folha - Tempo livre? Sommer - O grande luxo de hoje em dia é ter tempo livre. Folha O que você faz para fugir ou evitar o tédio? Sommer - Depende. Se for um tédio consistente, que não vai adiantar lutar contra, eu deixo o tempo passar. Se não for isso, saio, vou encontrar os amigos, beber... Ou então ler um livro bem triste. na noite ilustrada... hoje O alemão Michael Vater, do projeto Phonique, é a atração da noite de electro, house e disco-punk Freak Chic. Ele deve misturar tudo isso e ainda minimal e deep-house, mais clássicos. "Só conheço as coisas típicas de música brasileira (samba etc.), mas é o mesmo que ser reduzido ao tecno e Kraftwerk quando você é da Alemanha. Temos muitos outros estilos", contou para a gente. amanhã Tem a estréia do projeto Magiclick, de house tipo Herbert e Chloé, no novo Sala Especial (r. Álvaro de Carvalho, 190, centro). Os DJs Márcio Vermelho e Victor A dão o som. domingo No reduto gay The Week tem estréia da The Garden Party. Rola no jardim e piscina com trilha house e downtempo e até o almoço, a partir das 13h, mas fechada para convidados. Só às 19h o clube abre para quem quiser ir e se jogar no fim de noite. Se o tempo estiver bom, pode ser gostoso. quarta Êba! Dia de Pancadão, a noite de funk do Lov.e, com o top Marlboro no som e pocket-show da dupla de MCs cariocas Jack e Chocolate, do absurdo hit "Pavaroty". Colaborou Sergio Amaral A jornalista Erika Palomino viajou a convite da Diesel Texto Anterior: Fotografia: Paris assiste a construção e "diluição" da capital Brasília Próximo Texto: Documentário: "Por Dentro da Casa Branca" oculta dados Índice |
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