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SAIBA MAIS
Repórter cobriu os grandes feitos do século 20
DA REPORTAGEM LOCAL
Não há acontecimento histórico do século 20 que não tenha
estado nas aventuras de Tintin.
Inicialmente publicadas em suplementos infantis dos periódicos "Le Vingtième Siècle", jornal católico e anticomunista, e
"Le Soir", uma das poucas publicações da Bélgica que não foram fechadas durante a ocupação alemã, na Segunda Guerra,
as histórias escritas e minuciosamente desenhadas por Hergé
"cobriram" desde a revolução
cultural na China até a chegada
(antecipada) do homem à Lua.
Surgido em 10 de janeiro de
1929, com a série "Tintin no
País dos Soviéticos", o repórter-detetive-escoteiro teve como primeira missão desmascarar os comunistas e suas promessas de revolução social.
Na volta, faria uma parada no
Congo, para uma nova dose de
lições paternalistas -e racistas- nos então colonos belgas.
Por fim, já em 1932, nosso herói daria um pulinho até a
América para enfrentar Al Capone e seus comparsas...
Na década de 40, Hergé fecha
com a editora Casterman para
publicar álbuns coloridos de 64
páginas, que até hoje já somam
24 -incluindo "Tintin et l'Alpha Art", obra inacabada de
Hergé, lançada postumamente
pela primeira vez em 1986.
No Brasil, nove deles, incluindo "Tintin na África", "Tintin
na América", "Tintin no Tibete" e "Tintin no País do Ouro
Negro", foram publicados pela
editora Record, entre as décadas de 70 e 80, mas encontram-se atualmente fora de catálogo.
Um dos principais segredos
da longevidade do personagem
no Brasil, entretanto, é a série
de desenho animado que é exibida pela TV Cultura de segunda a sexta, às 9h30 e às 18h30, e
aos sábados, às 18h30.
Além do protagonista, outros
heróis celebrizados nas aventuras de Tintin incluem os detetives gêmeos Dupont e Dupond,
o malvado Rastapopoulos, o
professor Calculus e o ranzinza
Capitão Haddock, criado em
1941 e, segundo especialistas, o
mais provável alter-ego do
Hergé adulto.
Repleta de referências autobiográficas, as aventuras de
Tintin podem ser lidas em diversas instâncias: de histórias
fantásticas para crianças a crônicas de uma época ora eurocentrista, ora humanitária, crítica e ciente de seus erros do
passado.
(DA)
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