São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 2005

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Banda inglesa chega ao Brasil em abril para série de oito shows em oito cidades; turnê começa dia 15

Toca Placebo

Divulgação
O baterista Steve Hewitt, o líder Brian Molko e o baixista Stefan Olsdal


LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

É bom reforçar a segurança de aeroportos e hotéis. A banda inglesa Placebo, causadora de uma espécie de adoração à la Beatles no rock underground, chega em abril para uma série de oito shows por oito cidades brasileiras, que começa no dia 15 de abril em Recife e só acaba no dia 29, no Rio.
Depois de várias "ameaças" de vem-não-vem, esta é finalmente a primeira vez que o grupo decano que surgiu em pleno britpop aparece no país. E a expectativa é de descontrole, a julgar pela quantidade de mensagens enviadas ao e-mail da coluna "Popload", desta Ilustrada, com pedidos de informações de data e horário de desembarque, endereços dos hotéis ou qualquer outra dica preciosa que leve ao encontro da banda.
O Placebo escolheu a América Latina como a única região que em 2005 vai ver a banda ao vivo, mostrando as canções que fizeram o trio atingir tal grau de adoração. O repertório da turnê, portanto, é a do disco/DVD "Once More with Feeling", a coletânea de singles/videoclipes lançada pela banda neste ano, aqui no Brasil.
A turnê brasileira de oito shows do Placebo faz parte da seletiva do festival Claro que É Rock, que acontece em setembro, mas selecionará agora em abril uma série de bandas independentes nacionais para o megaevento do segundo semestre. Nesta primeira etapa, junto do Placebo, se apresentarão cinco bandas da região, a serem escolhidas.
De Londres, o líder e dândi Brian Molko, melhor voz feminina do rock atual e comandante de um exército de fãs homens com unhas pintadas e olhos delineados, falou à Folha, por telefone.
 

Folha - Alguma expectativa em especial por tocar no Brasil pela primeira vez?
Brian Molko -
O Placebo é uma banda de dez anos e tocar em lugares onde nunca estivemos é uma das coisas que nos mantém vivos, nos tira da mesmice. O Brasil, para nós, é um mercado totalmente novo, um tipo de fã desconhecido. Mas, pela quantidade de cartas e e-mails que recebemos freqüentemente, dá para supor que nossa estada vai ser insana.

Folha - Você foi avisado de que a banda deve ter uma recepção no Brasil no estilo Beatles, de gritaria, perseguição e descabelamento?
Molko -
Hahã. Faço idéia. Espero que sim, pois vai ser bom para a turnê. Quando a gente chega a algum lugar a que nunca fomos, como aconteceu no México em 2003, a coisa pode ficar tão fora de controle que me dá medo. Na Cidade do México uma multidão de fãs quase destruiu a Tower Records, numa tarde de autógrafos. Pensei que essas coisas só acontecessem no Japão, onde realmente somos atacados.

Folha - Por que você acha que os fãs do Placebo demonstram esse sentimento de amor desesperado?
Molko -
Eu não tenho idéia. Isso sempre me surpreende. Eu realmente não gostaria de saber por que é assim. Tenho receio de que, se eu descobrisse a razão, ia dar um jeito de acabar com isso.

Folha - Vai fazer parte dos shows no Brasil algumas covers de outras bandas, tipo as do Cure e dos Pixies que vocês costumam tocar?
Molko -
Não. Vai ser nossa turnê de singles. Vamos tocar todos os nossos hits no Brasil.

Folha - Virou uma espécie de piada no Brasil a história de que não existe uma única festa de rock por aqui em que o DJ não é abordado com um enfático pedido de "Toca Placebo!". O que você acha disso?
Molko -
Acho que somos uma banda de muita sorte. Isso põe um sorriso no meu rosto que você não imagina. Se der, vou aparecer em uma festas dessas. Acho até que vou pedir umas músicas, também. Não Placebo. [Risos...]


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