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Crítica
"Clube da Lua" desenvolve os piores vícios locais
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Agora vivemos falando bem do cinema argentino. Desenvolvemos até a crença de que na Argentina, hoje em dia, só se fazem bons filmes. Felizmente, chegam até nós, de vez em quando, coisas como "Clube da Lua" (TC Cult, 22h), que desenvolve, ao mesmo tempo, os piores vícios de nossos parceiros de Mercosul: o sentimentalismo e a nostalgia.
O diretor, ninguém estranhará, é Juan José Campa- nella. E o clube de que se fala é uma velha e decadente associação, onde os personagens viveram dias melhores, no passado. O clube também teve dias mais luminosos.
Ou seja, o passado foi melhor (eram jovens, os personagens), o clube era melhor, e a Argentina era melhor. Vamos nos entender sobre o seguinte: o passado é sempre melhor, simplesmente porque passou, não comporta incertezas, nem as angústias do que está por vir. No mais, Campanella é do tipo de diretor que não espera seu espectador se comover, ele mesmo se comove antes. Todo o filme chora.
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