São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2010

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TELEVISÃO

Crítica

Hawks cria herói de guerra ambíguo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Raros filmes de guerra são estranhos como "Sargento York" (TCM, 23h45; livre), primeiro pela natureza do herói da Primeira Guerra Mundial. Ele é um caipira famoso por sua mira, mas que nem de longe pretendia ir para a guerra. Vai à força, contrariando suas próprias convicções religiosas.
No front, porém, York se tornará herói irretocável, prendendo uma quantidade quase inacreditável de alemães ao final da guerra.
À maneira clássica (estamos num filme de 1941), Howard Hawks faz com que cada um de nós acredite no heroísmo de Alvin York.
Mas, como se sorrisse com o canto dos lábios, deixa uma brecha para que tudo não se mostre, afinal, como essa imagem de heroísmo de que os povos precisam para suportar suas batalhas.
Gary Cooper, a imagem da América, interpreta York. Com isso, é claro, a ambiguidade fica ainda maior.
Aliás, o dia é de festa para os hawksianos. Às 19h10, o Telecine Cult exibe "Hatari!" (livre), de 1962.


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