São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2010

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entrevista

"Não é nada disso", afirma romancista

DA REPORTAGEM LOCAL

Numa rara entrevista, Rubem Fonseca deu à Folha, pela primeira vez, a sua versão sobre a saída da Companhia das Letras. O escritor falou brevemente, no início da tarde de anteontem, no café da livraria onde viu a performance de Paula Parisot. (FV)

 

FOLHA - O que motivou a saída do sr. da Cia. das Letras?
RUBEM FONSECA
- Não foi nada, me dou bem com o Luiz [Schwarcz, dono da editora], fui muito bem tratado na Companhia, gostei muito de ser de lá, mas tinha uma boa proposta da Agir e aceitei.

FOLHA - Mas o sr. quase foi para a Leya, né?
FONSECA
- Quase fui, como é que você sabe? Pascoal [Soto, diretor da Leya] te disse, né?

FOLHA - Não, eu soube.
FONSECA
- Eu tinha uma proposta boa da Leya e uma proposta muito boa da Agir. E eu adoro o Pascoal, é uma maravilha de pessoa.

FOLHA - Então a porta para a Leya não está fechada?
FONSECA
- Não, não está. Eu adoro o pessoal da Leya, são muito bons, e o Pascoal principalmente. Tenho com ele uma amizade muito especial. Então o que houve foi isso, uma proposta, mas sempre fui muito bem tratado pelo pessoal da Companhia.

FOLHA - E sobre o rumor de que o sr. pediu para a Companhia não publicar um livro do [Roberto] Bolaño ["La Literatura Nazi en América"] cujo caricato protagonista seria inspirado no sr.?
FONSECA
- Nada disso, não sou eu. Isso é fantasia mesmo. [A editora também nega.]

FOLHA - Eu tenho a informação de que o que motivou sua saída foi a insistência para que a Companhia publicasse o romance da Paula Parisot.
FONSECA
- Não, não é nada disso. E esse negócio do Bolaño é pura fantasia.

FOLHA - Após 20 anos na Companhia, havia um desgasta na relação?
FONSECA
- Pode até ser, mas adoro a Companhia, é uma ótima editora, adoro o Luiz, me dou super bem.


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