São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 2011

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cinema

Binoche se diz cúmplice de Kiarostami

"A personagem sou eu mesma", diz atriz francesa, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes por "Cópia Fiel"

Para Juliette Binoche, cineastas iranianos realizam pequenos milagres a cada novo filme que levam às telas

ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO

Uma discreta lágrima desliza pelo rosto de Juliette Binoche. E de repente todos os sentimentos do mundo parecem estar contidos na tela.
A atriz francesa, que ganhou o Oscar por "O Paciente Inglês" (1997), mas que tem no cinema autoral seu principal abrigo, acredita que vem da própria magnitude de "Cópia Fiel" a força de seu papel, reconhecido com a Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 2010.
"O filme é engraçado e triste, é real e imaginativo, é leve e denso. A vida não é assim também?", pergunta Binoche, em entrevista à Folha, por telefone, de Paris.
A atriz se recusa, porém, a dar explicações sobre sua personagem, uma mulher que, numa vila da Toscana, vive jogos de amor, de verdade e mentira, com um homem também enigmático: "Quem ela é para mim? Não sei. Quer diz, sou eu".
"Cópia Fiel", o primeiro longa-metragem que Abbas Kiarostami rodou fora do Irã, resultou de uma amizade que se estende por 12 anos, entre a atriz e o diretor.
"Tenho grande admiração por esses artistas que, de uma maneira que chega a parecer um milagre, conseguem fazer filmes no Irã", diz Binoche, referindo-se a Kiarostami e a Jafar Panahi, preso sob a acusação de conspirar contra o regime.
"Ser ator é estabelecer uma relação com o público", diz. "E não há nada melhor do que encontrar diretores interessados em compreender a humanidade, em tocar nas questões que importam."


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