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RUÍDO
Novo blog espalha "virunduns" da MPB
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
O que é um "virundum"? A
idéia não é nova lá fora, mas
causa frisson agora na internet
brasileira o blog "Virunduns",
que faz corruptela com o "ouviram do Ipiranga" do "Hino Nacional" para designar justamente isto: letras de música que entendíamos errado quando éramos crianças (ou não).
Inaugurado há menos de um
mês, o blog (http://virunduns.blogger.com.br) já conta com
centenas de contribuições, que
compõem um inventário de "virunduns" de várias épocas.
Já se percebe, por exemplo,
que Djavan e os Paralamas do
Sucesso são recordistas absolutos em provocar "virunduns".
Djavan colabora com várias
canções, mas "Açaí" ("açaí/guardiã/ zum de besouro/ um
ímã") bate todas. Há quem cante "ao sair do avião", "um divisor", "um limão", "uma irmã"...
Os Paralamas lideram com o
trecho "Alagados, Trenchtown/
favela da maré", de "Alagados".
Trenchtown vira "cristal", "central", "trens estão", "Flintstones", "Uzbequistão"; "favela da
Maré" vira "na beira da maré",
"favela do Avaré"...
Na contagem de comentários
dos leitores sobre cada item postado, os três rapazes que comandam o blog celebram o clássico
"virundum" de "tocando B.B.
King sem parar" ("Noite do Prazer", do grupo Brylho). Ali, contabilizam quantas pessoas "trocaram de biquíni sem parar".
O NÃO-LANÇAMENTO
Diretor musical de momentos como a estréia de
Caetano e Gal em LP (em 67)
e a trilha do "Sítio do Picapau Amarelo" (77), Dori
Caymmi está prestes a lançar o novo "Contemporâneos", em que canta com os
irmãos Nana e Danilo, Edu
Lobo, Chico, Caetano etc.
Enquanto isso, sua pequena
discografia de MPB densa e
elaborada continua quase
toda abandonada. É o caso
deste álbum homônimo de
1980, que reuniu versões do
próprio autor para músicas
que ele havia criado para festivais da canção ("Saveiros"), filmes de cinema ("Tati, a Garota") e telenovelas
como "Gabriela" ("Porto",
"Alegre Menina") e "Terras
do Sem-Fim" ("Estrela da
Terra"). Está no catálogo da
gravadora EMI.
ONZE CENTAVOS
A indústria fonográfica se
cala sobre a "estréia" da lei da
numeração, na próxima terça,
mas já há chiadeira no
mercado independente.
Segundo pequenas
gravadoras, as fábricas já estão
cobrando R$ 0,11 por cópia
prensada, para inserir as
exigências da lei nos CDs.
CDR É O CULPADO
O empresário de artistas
Steve Altit, membro da
comissão da numeração,
defende proposta polêmica
para o Brasil tentar coibir a
pirataria: encarecer o CD
virgem (CDR), que hoje piratas
(e não-piratas) podem
adquirir facilmente por preços
como R$ 1,50.
CDR NÃO É O CULPADO
O diretor-geral da
Associação Brasileira dos
Produtores de Discos, Paulo
Rosa, desacredita da
alternativa. "Grande parte dos
CDRs usados pela pirataria
chegam ao país por
importação fraudulenta ou
contrabando", diz. Ele cita que
o Paraguai, cujo mercado legal
movimenta 300 mil CDs por
ano, importou em 2002 100
milhões de CDRs. Um dos
problemas estaria, portanto,
na fronteira com o Paraguai.
psanches@folhasp.com.br
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