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desafinou
Novo? Só na Estônia. Eu já vi esse filme...
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Vejo Sany Pitbull na
Estônia, pelo YouTube, fazendo
funk de "We Will Rock
You". Ouço DJ Sandrinho
no MySpace, e leio uma
tour européia.
DJ Edgar mete base de
"Sweet Dreams", dos
Eurythmics, com batidas
do funk. Até Nirvana entra
na sopa. Da Ilustrada avisam-me que é um novo gênero. Eu digo que já vi esse
filme, mi hermano. Lembra o "Funk do Dermite",
ou melhor, The Smiths?
A batida do miami bass,
que originou o pancadão, é
aquilo: difícil saber se algo
mais dançante existirá
neste milênio, e é incrível
como ela se encaixa em tudo. Ponha o Hino Nacional ao som dela, e até seu
mais difícil refrão baterá
bundinhas. Mas não é isso
que faz um novo gênero.
Ainda que se aprecie a
mixagem, o funk perde o
melhor -gírias e apropriação bizarra. Tocará no
Aterro, será exportado e
bom em euros para os
DJs. Novo? Só na Estônia.
"Ora, mas nem o miami
bass era carioca", dirão os
paulistas. Por isso mesmo:
banhado a rock e picotado
nas letras, o que resulta é
música orfã da sua adoção
carioca e reciclagem fácil
de uma febre irresistível
desde o fim dos 80. Quer
saber? Prefiro o Créu.
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