São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 2011 |
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Festa mais limpa teve som mais poluído Reforço da prefeitura, com 3.300 garis, garantiu limpeza, mas problemas técnicos ofuscaram voz dos artistas Tiê e Mart'nália ficaram sem microfone; Marina Lima reclamou do som e maior bateria do mundo ofuscou voz de cantor
SILAS MARTÍ DE SÃO PAULO Enquanto a prefeitura prometeu ficar de olho no lixo na Virada Cultural, garantindo limpeza atípica no centro durante a festa nesse fim de semana, o som do evento é que saiu em nada cristalino. Não foram poucos os relatos de problemas na qualidade do som ao longo da Virada, que atraiu um público, estimado por organizadores, de 4 milhões de pessoas. Enquanto Rita Lee dava início à festa às 18h de sábado num show para 25 mil na praça Júlio Prestes, Tiê enfrentava problemas técnicos e repetiu a primeira canção, "Na Varanda da Liz", na rua 15 de Novembro. O som abafado atrapalhou as piadas de Rafael Cortez e Danilo Gentili, que só no sábado à noite reuniram 10 mil no Anhangabaú -a comédia stand-up foi uma das novidades desta sétima edição. Piorou o fato de o telão ao lado do palco falhar antes e durante o show, gerando reclamações dos humoristas. No largo do Arouche, nas primeiras horas do domingo, Marina Lima pediu desculpas pela baixa qualidade do som. "Sei o que é bom para vocês. Acreditem em mim." Quem estava perto do telão não conseguia decifrar as estrofes das músicas e boa parte do público esvaziou o largo antes do fim do show. Quase na mesma hora, na Luz, o que seria um entrosamento harmônico do heavy metal do Sepultura com os acordes da Orquestra Experimental acabou dando vitória para o rock, que sufocou o som tímido da orquestra. Na tarde de domingo, na praça da República, o cantor Leandro Lehart teve a voz apagada no ruído dos tambores durante a apresentação, que interrompeu duas vezes. Mais tarde, no mesmo palco, o microfone da cantora Mart'nália parou de funcionar. Ela cantou sem o aparelho enquanto a banda continuava "Ex-Amor" até que trocassem o equipamento. Em entrevista a jornalistas, o secretário municipal da Cultura, Carlos Augusto Calil, disse que alguns problemas de som foram causados por geradores piores usados nos palcos menores da festa e que a prefeitura não poderia prever o problema antes de licitar o equipamento. Procurados, Calil e o diretor de programação da Virada Cultural, José Mauro Gnaspini, não responderam aos pedidos de entrevista. LIMPEZA E ÁLCOOL Fora o som, a batalha dos organizadores da festa se deu em duas frentes. Exércitos de garis tentaram garantir a limpeza ao longo da festa, embora tenha havido acúmulos de lixo no Anhangabaú e no Arouche durante a madrugada. Na manhã de domingo, o centro amanheceu limpo depois que 140 toneladas de lixo foram removidas das ruas. Ajudou nesse ponto o número cinco vezes maior de lixeiras espalhadas pelo centro neste ano em comparação com a edição anterior da festa, 4.900 ante cerca de mil. Noutro ponto, a fiscalização mais acirrada contra a venda de bebidas alcoólicas por ambulantes não evitou que elas fossem vendidas. No total, foram apreendidas 28 toneladas de bebidas ilegais. Colaboraram DANIEL VASQUES, LUCAS SAMPAIO e LUIZA FECAROTTA Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Edição tem duas mortes no mesmo viaduto, briga de gangues e facada Índice | Comunicar Erros |
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