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Hayden Christensen comenta a transformaçã o de adolescente rebelde em Darth Vader e o final da saga "Guerra nas Estrelas", que estréia hoje
Vestido para MATAR
IAN SPELLING
DO "NEW YORK TIMES SYNDICATE"
Darth Vader combina com ele.
O canadense Hayden Christensen começou sua queda para o lado escuro em "Star Wars: O Ataque dos Clones" (02) e completa o
percurso em "Star Wars: A Vingança dos Sith", com a metamorfose de Anakin Skywalker no símbolo do mal, Darth Vader, de roupas negras e respiração ofegante.
Vestir o figurino de Vader, com
a máscara incluída, pela primeira
vez, foi... "Orgástico", diz Christensen. "Foi tudo o que se poderia
imaginar. Foi a realização de um
sonho de menino. Avassalador."
"É difícil colocar em palavras o
que senti, porque foi uma sensação muito nova para mim", prossegue o jovem ator. "Foi um sentimento que misturava excitação e
poder. Sentir-se inteiramente encerrado dentro de Darth Vader é
algo que confere enorme liberdade a você. Colocar-se atrás de uma
máscara já confere grande liberdade, mas atuar por trás de um
personagem inteiramente encapsulado foi realmente legal."
Christensen enfrenta um desafio nada desprezível no "Episódio
3 - A Vingança dos Sith", que toma os cinemas brasileiros -e do
mundo- de assalto a partir da
madrugada de hoje.
Ele transformará Anakin de
adolescente rebelde, cuja mãe
morreu em seus braços, em Darth
Vader, o sombrio senhor dos Sith
e implementador impiedoso do
esquema arquitetado pelo imperador Palpatine (Ian McDiarmid)
para destruir todos os jedis, incluindo seu mentor, Obi-Wan
Kenobi (Ewan McGregor).
Em entrevista por telefone de
um hotel em Sydney, na Austrália, Christensen afirma que quem
o ajudou a dar conta do recado foi
o roteirista e diretor da saga,
George Lucas.
"Meu trabalho se tornou bem
mais fácil pelo fato de o roteiro ter
sido mapeado de maneira inteligente, especificamente no que diz
respeito à descida de Anakin para
o lado escuro", diz o ator. "Você
aparece para trabalhar, e George
já tem uma idéia muito concreta
sobre como tudo vai parecer e como tudo vai se manifestar."
Ele diz que o que tinha de fazer
era aparecer para trabalhar e ajudar George Lucas a tentar transformar essa visão em realidade.
"Não foi tão difícil quanto se possa imaginar. Mas eu era uma pessoa disposta a explorar as opções
e que não estava comprometida
com um tipo de ideal moral",
prossegue o ator. "Esse mal do
qual falamos, na medida em que é
uma progressão gradual, consiste
em Anakin fechar um pacto com
o demônio, como George gosta de
dizer. A partir do momento em
que meu personagem e Palpatine
chegam a um entendimento, a
coisa realmente deslancha."
Ataque
Em "A Vingança dos Sith", Obi-Wan Kenobi, durante um longo
duelo com espadas de luz, fere
Anakin a tal ponto que ele precisa
de implantes de ciborgue e do
equipamento de Darth Vader para poder sobreviver. Mas os críticos de cinema e fãs da série "Star
Wars" atacaram Christensen e
Lucas com fúria semelhante na
esteira de "Ataque dos Clones",
não tendo gostado da performance do ator nem do roteiro e da direção do cineasta.
"Para ser franco, eu mais ou menos já sabia qual seria a reação
quando li o roteiro pela primeira
vez, porque Anakin era um adolescente irritante", diz Christensen, que completou 24 anos em 19
de abril. "Era assim que o roteiro
o apresentava, e era assim que
George queria que eu o representasse, porque era assim que o personagem precisava ser. Então eu
não tinha problemas com isso,
mas sabia que seria criticado."
"Só espero que, quando as pessoas assistirem ao filme, tenham
um pouco mais de condescendência com características que
elas tiveram dificuldade em aceitar em alguns dos personagens
dos últimos dois filmes", diz
Christensen. "Em todo caso, para
mim, nunca se tratou de um concurso de popularidade. Eu quis
concretizar plenamente o personagem que George criou e acho
que consegui fazê-lo."
"Este filme realmente volta aos
fundamentos. Ele foi reduzido a
temas muito simples, mas épicos.
É a história de Anakin se transformando em Darth Vader -muito
simples, sabe como? É a história
de uma república que vira um império. O resultado é que você passa a apreciar melhor os dois filmes
anteriores", explica o ator.
"Toda essa ambientação era necessária para que essa transição
política realmente fizesse sentido,
e ela é uma parte importante do
episódio 3", conta Christensen.
"O filme faz um bom trabalho de
amarração de tudo o que gostamos na trilogia original. Ele tem
uma conexão muito linear com os
filmes anteriores e faz a saga inteira ser sentida como um todo."
O lançamento de "A Vingança
dos Sith" marca o final tanto dessa parte da saga "Star Wars"
quanto do envolvimento de Hayden Christensen com ela. No momento, ele filma "The Decameron" (o decamerão), um drama/
aventura/romance de época co-estrelado por Mischa Barton, do
seriado "The O.C.", e prepara vários outros projetos através de sua
própria produtora.
É um prato cheio de trabalho
para um jovem ator que atuava
num seriado de televisão canadense bem pouco visto quando
foi tirado da relativa obscuridade
para representar o personagem
de Anakin Skywalker em "Ataque
dos Clones" (2002).
Mas Christensen sabe que deve
sua boa sorte a "Star Wars". "O fato de tudo isso estar acabando
traz um sentimento agridoce.
"Star Wars" foi uma parte enorme
dos últimos quatro anos de minha
vida. Os filmes transformaram
minha vida drasticamente nos últimos quatro anos, e é difícil me
acostumar com duas idéias: primeiro, que eu fiz parte deles, e segundo, que eles estão chegando
ao fim. "É tudo um pouco estranho. Mas foi a grande experiência
de minha vida", conclui o ator.
Tradução Clara Allain
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