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Festival exibe filme sobre vida na prisão de jovem francês de origem árabe
DA ENVIADA A CANNES
Um ano depois que a França
quebrou suas duas décadas de
jejum da Palma de Ouro, com
"Entre os Muros da Escola"
(2008), de Laurent Cantet, o
francês Jacques Audiard ("Um
Herói Muito Discreto") retorna
à disputa pelo prêmio, com um
robusto concorrente.
"Un Prophète" (um profeta)
mostra o percurso na prisão do
jovem francês de origem árabe
Malik, 19, (o estreante em cinema Tahar Rahim, em extraordinário desempenho).
Ele cumpre uma pena de seis
anos, por crime não revelado na
trama. Fica claro, porém, não
se tratar de assassinato -lição
que aprenderá no cárcere.
De início, Malik é subjugado
por uma das máfias instaladas
na cadeia, com a cumplicidade
da administração carcerária.
Essa parte da trama inclui cena
de sufocamento com saco plástico à la "Tropa de Elite". A Folha perguntou a Audiard sua
opinião sobre o filme de José
Padilha e sobre "Carandiru", de
Hector Babenco. Ele disse saber que são "bons filmes".
Com o passar do tempo, além
de se alfabetizar na prisão, Malik aprende a lidar com as demais facções e a manipulá-las, a
favor de seus interesses.
Audiard diz que o título do
filme indica "um profeta que
anuncia um novo tipo de criminoso, bastante angelical, não
necessariamente psicopata".
O diretor citou "a influência
da imagem da cadeia criada pelas séries americanas" e o viés
"documentarista" que se
aguarda dos "filmes de prisão"
como "obstáculos" à abordagem que ele queria fazer do gênero. Ele afirma que sua ideia
era "tratar a prisão como uma
metáfora da vida em sociedade". Nesse sentido, "dentro e
fora é a mesma coisa. Por isso o
que Malik aprende dentro [da
cadeia] lhe serve fora", diz.
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