São Paulo, sábado, 18 de junho de 2005

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A modelo Gisele Bündchen e projeto que lança novos talentos marcam o quarto dia da maratona no Fashion Rio

Frescor e cultura de rua esquentam desfiles

ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O frescor da moda carioca e Gisele Bündchen deram suas caras na sexta-feira quente do Fashion Rio, evento que vai até amanhã no MAM da cidade.
Gisele foi super aplaudida em suas três entradas pela Colcci, que encerrou o dia. Simpática, como tem estado em suas aparições, ela sorriu muito e se mostrou contente com o carinho do público.
Gisele abriu o desfile: saiu de trás de um cenário de casa, tentando reproduzir o efeito furacão de quando ela chega. O primeiro look era o melhor, com calça baixa tipo clochard em jeans, revelando a cintura e o corpo impecável da modelo. A segunda entrada foi com um tubinho tomara-que-caia que deu trabalho para Gisele, fazendo com que ela puxasse duas vezes a saia, curtíssima, para baixo. O terceiro foi o pior, um vestidinho com tênis esportivo.
A Colcci trouxe pouca inovação, com exceção dos jeans. O estilo, perdido, lembrava uma Ellus de ontem. A moda não precisa disso.
O começo do dia foi bom, com jovens criadores na sessão especial Rio Moda Hype, destinada a novos talentos, que continua hoje.
Desfilaram alguns nomes que começam a gerar interesse da mídia, como a Charlotte, com um estilo superfeminino e delicado. A Soul Seventy aproveita a linguagem das ruas e cria inspirada no grafiteiro Basquiat, com muito linho amassado e ótimos biquínis.
Athria Gomes é uma agradável descoberta. Ela cria imagens femininas, a partir do universo pin-up. Kylza Ribas acionou Clarice Lispector para uma delicada coleção, com muitas rendas e estampas de palavras.
A Flesh Beck Crew é um coletivo de grafiteiros e estilistas com os dois pés no skate e na vida real. Moda masculina para garotos de hoje. Talvez seja a grande revelação do masculino. Olho neles.
Mais tarde, Graça Ottoni trouxe um mix de grunge, romantismo e sertão (este já virou tendência aqui). A Zigfreda veio em seguida, reinando em seu mundo de estamparias.
A Animale fez um desfile tão absurdo que foi bom. Um grande mix étnico trouxe uma imagem de mulher rica, que não tem medo de comprimentos curtos nem dos leões do dia-a-dia: ela é fashion mesmo. Foi, como se diz na moda, exótico.
E o grupo Vegan Staff organizou uma manifestação contra o uso de peles no Fashion Rio. Durante o desfile da marca OEstúdio -que nem usa pele, nem couro-, dois integrantes invadiram a passarela com cartazes que diziam: "couro=pele=morte" e "você tirou minha pele".


Colaborou Jackson Araujo, enviado especial ao Rio

Os jornalistas viajam a convite do Fashion Rio


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