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A modelo Gisele Bündchen e projeto que lança novos talentos marcam o quarto dia da maratona no Fashion Rio
Frescor e cultura de rua esquentam desfiles
ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
O frescor da moda carioca e Gisele Bündchen deram suas caras
na sexta-feira quente do Fashion
Rio, evento que vai até amanhã no
MAM da cidade.
Gisele foi super aplaudida em
suas três entradas pela Colcci, que
encerrou o dia. Simpática, como
tem estado em suas aparições, ela
sorriu muito e se mostrou contente com o carinho do público.
Gisele abriu o desfile: saiu de
trás de um cenário de casa, tentando reproduzir o efeito furacão
de quando ela chega. O primeiro
look era o melhor, com calça baixa tipo clochard em jeans, revelando a cintura e o corpo impecável da modelo. A segunda entrada
foi com um tubinho tomara-que-caia que deu trabalho para Gisele,
fazendo com que ela puxasse duas
vezes a saia, curtíssima, para baixo. O terceiro foi o pior, um vestidinho com tênis esportivo.
A Colcci trouxe pouca inovação,
com exceção dos jeans. O estilo,
perdido, lembrava uma Ellus de
ontem. A moda não precisa disso.
O começo do dia foi bom, com
jovens criadores na sessão especial Rio Moda Hype, destinada a
novos talentos, que continua hoje.
Desfilaram alguns nomes que
começam a gerar interesse da mídia, como a Charlotte, com um estilo superfeminino e delicado. A
Soul Seventy aproveita a linguagem das ruas e cria inspirada no
grafiteiro Basquiat, com muito linho amassado e ótimos biquínis.
Athria Gomes é uma agradável
descoberta. Ela cria imagens femininas, a partir do universo pin-up. Kylza Ribas acionou Clarice
Lispector para uma delicada coleção, com muitas rendas e estampas de palavras.
A Flesh Beck Crew é um coletivo
de grafiteiros e estilistas com os
dois pés no skate e na vida real.
Moda masculina para garotos de
hoje. Talvez seja a grande revelação do masculino. Olho neles.
Mais tarde, Graça Ottoni trouxe
um mix de grunge, romantismo e
sertão (este já virou tendência
aqui). A Zigfreda veio em seguida,
reinando em seu mundo de estamparias.
A Animale fez um desfile tão absurdo que foi bom. Um grande
mix étnico trouxe uma imagem
de mulher rica, que não tem medo
de comprimentos curtos nem dos
leões do dia-a-dia: ela é fashion
mesmo. Foi, como se diz na moda, exótico.
E o grupo Vegan Staff organizou uma manifestação contra o
uso de peles no Fashion Rio. Durante o desfile da marca OEstúdio
-que nem usa pele, nem couro-, dois integrantes invadiram
a passarela com cartazes que diziam: "couro=pele=morte" e "você tirou minha pele".
Colaborou Jackson Araujo, enviado especial ao Rio
Os jornalistas viajam a convite do Fashion Rio
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