São Paulo, domingo, 18 de junho de 2006

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[+] análise

Bussunda tirou time de campo cedo demais

BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA

PODE VOLTAR para casa, Fátima Bernardes. Pode cancelar a festa junina, dona Marisa: a Copa da Alemanha e as eleições de outubro perderam a graça. Sem o sósia de Ronaldo e do presidente Lula, quem se anima a ir tomar umas brejas no boteco com a Juliana Paes?
Sempre que uma pessoa famosa passa desta para melhor, a gente vê seus amigos e colegas no velório dizerem para as câmeras que "foi uma perda inestimável", que ela "vai deixar muita saudade". Pois a morte de Bussunda, além de abrir uma cratera do tamanho da Baía da Guanabara na alma do humorismo tapuia, é um péssimo presságio para os dois maiores eventos do ano: a Copa do Mundo e as eleições presidenciais.
O flamenguista Claudio Besserman Vianna tirou seu time de campo cedo demais, longe de casa demais e justo na hora em que era um dos nomes mais comentados do país. Não sei se foi o Macaco Simão ou o pessoal do "Casseta & Planeta" quem deu o veredicto. Mas nenhum torcedor com algum senso de humor ousaria discordar da afirmação de que, ultimamente, o atacante Ronaldo andava mais parecido com Bussunda do que o próprio Cláudio Besserman.
Em Königstein, na Alemanha, o Bussunda Ronaldo Fofômeno surgiu como uma lufada de ar fresco para ajudar os jornalistas a enviar à terrinha relatos minimamente interessantes sobre os treinos da seleção. Os comentários do humorista fanático por futebol ainda devem estar lá, fresquinhos, nos blogs do Torero e do Juca Kfouri.
A morte tão fora de hora de Bussunda faz lembrar a faixa que a seleção brasileira dedicou a Ayrton Senna na Copa de 1994, nos Estados Unidos.
Imagino que os jogadores que estão na Alemanha também queiram prestar algum tipo de homenagem ao humorista. Pois que deixem de lado o diz-que-diz entre a turma de Ronaldo e a turma de Kaká e celebrem a figura anárquica de Bussunda na forma de muitos gols para alegrar a galera.
E que aquele outro sósia do humorista, a quem ele parodiava usando terno e gravata e uma faixa presidencial no peito, também preste sua devida homenagem. Não seria do peru se, nesta eleição, Lula fosse mais "Casseta & Planeta" e menos "Zorra Total"?


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