São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2010

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Travolta diz que papéis melhoram com a idade

Aos 56 anos, ator afirma que "a época mais difícil é dos 20 aos 30"

Ele diz que Tarantino o devolveu aos "filmes sérios" e conta que Mulher Gato inspirou dança de "Pulp Fiction"

DENISE MENCHEN
DO RIO

Aos 56 anos e à espera do terceiro filho, o ator John Travolta acha que está envelhecendo "tão bem quanto poderia esperar".
Em visita ao Rio de Janeiro para lançar um relógio de luxo da marca Breitling, da qual é garoto-propaganda há cinco anos, ele afirmou que pretende "tirar uma folga" do cinema até janeiro, mas disse considerar boas as oportunidades para atores na sua faixa etária.
"A época mais difícil é dos 20 aos 30. Dos 30 aos 60 fica melhor, porque os papéis são mais maduros", afirmou o ator em entrevista de dez minutos à Folha, concedida anteontem, após coletiva de imprensa no hotel Fasano.
"Papéis como os de "Os Embalos de Sábado à Noite" e "Grease" são raros. Foi difícil encontrar bons personagens depois. Quando fiquei mais velho, eles melhoraram."

PAPÉIS SÉRIOS

Para ele, foi Quentin Tarantino que o trouxe de volta ao "patamar dos filmes que são indicados ao Oscar".
"Eu filmei muitos sucessos antes, mas foi "Pulp Fiction" que me colocou de volta no universo dos filmes que são levados a sério", afirmou ele, que foi indicado ao prêmio de melhor ator duas vezes.
Ele contou ter sido dele parte da ideia de uma das cenas mais famosas do filme de Tarantino, na qual passa os dedos em "V" sobre os olhos enquanto dança com a atriz Uma Thurman.
"Quando eu tinha uns 12 ou 13 anos, o seriado do Batman era muito famoso, e a Mulher Gato fazia aquilo na TV. Eu achei que talvez o personagem tivesse crescido vendo Batman e que seria algo que ele faria."

PAIXÕES E FAMÍLIA

Travolta disse que foi sua a iniciativa de voltar ao Brasil, que já tinha visitado quatro vezes nas décadas de 70 e 80.
"Queria que a minha família conhecesse esse lindo país", afirmou ele, que viajou com a mulher, Kelly Preston, 47, e a filha, Ella, 10. O primogênito do casal morreu em 2009, aos 16. Jett era autista e teve uma convulsão.
O ator veio ao Rio pilotando seu próprio Boeing 707. "Quando eu tinha cinco anos, morava perto do aeroporto de Nova York, e via aqueles aviões sobrevoando minha casa. Eu me apaixonei por aquela imagem. Aos 16 anos, tive minhas primeiras aulas de voo."
Uma consequência inesperada dessa paixão é que, mesmo sendo americano, ele torce pela seleção australiana nos jogos da Copa do Mundo. "É simples. Eu sou embaixador da [companhia aérea australiana] Qantas, que patrocina a seleção australiana", explica. "Se trabalhasse para a Varig, poderia torcer para o Brasil."


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