São Paulo, quinta, 18 de junho de 1998

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TELEVISÃO
Herói da TV Tupi lança livro de memórias

da Sucursal do Rio

O livro de memórias do ator Wilson Vianna, que será lançado hoje no Rio, às 20h, na livraria Argumento (zona sul), vai fazer muitos balzaquianos e quarentões voltarem à infância.
"A Vida Trepidante de Wilson Vianna, o Capitão Aza" é um revival dos tempos em que o ator encarnava o personagem que convocava uma multidão de fãs para a frente da TV com a chamada "Alô, alô, Sumaré! Alô, alô, Embratel! Alô, alô, Intelsat 4! Alô, alô, crianças de todo o meu Brasil! Aqui fala o Capitão Aza, comandante-em-chefe das forças armadas infantis desse Brasil!".
De 1966 a 1979, Wilson Vianna, na pele do Capitão Aza, apresentou na extinta TV Tupi o programa que exibia, nas tardes de segunda a sexta-feira, desenhos animados e séries hoje considerados clássicos, como "A Feiticeira", "Jeanne É um Gênio", "Speed Racer" e "Corrida Maluca".
Vianna compara seu sucesso entre as crianças ao que a apresentadora Xuxa tem hoje.
Detalhe, conta o ator em seu livro: "Fui convidado para fazer um filme dos Trapalhões, do qual a Xuxa estava no elenco. Nos encontramos no estúdio, ela ficou muito emocionada, me abraçou e disse que o Capitão Aza era seu ídolo de infância. Ainda me contou que havia se inspirado no meu programa para criar o dela".
O que não impede que Vianna faça críticas à performance da apresentadora.
"A Xuxa está mais preocupada em vender alho, sandálias, bonecas e tudo o que possa lhe trazer dinheiro. Na minha época a televisão era mais lúdica, tinha sobretudo a função de educar, o que a meu ver o programa da Xuxa está longe de fazer", diz Vianna.
"A Vida Trepidante de Wilson Vianna, o Capitão Aza" também explica o motivo de o Aza com "z" do nome do personagem.
"Era para homenagear um herói da FAB (Força Aérea Brasileira), na Segunda Guerra Mundial, cujo nome era capitão Adalberto Azambuja e que era conhecido entre os aviadores como Aza."
A vida trepidante de Wilson Vianna vai além das aventuras do Capitão Aza. Em seu livro de memórias, o ator relata como ingressou na polícia especial do ex-presidente Getúlio Vargas, fala sobre os tempos em que participou de filmes da Atlântica e como ganhou o papel de um Tarzan mexicano e sua viagem a cavalo ao México.
A última vez em que Vianna fez um trabalho para a televisão foi na minissérie "A Marquesa de Santos", na Manchete, em 1984.
Desde então o Capitão Aza trocou o céu pela água. Transformou o Iate Clube do Rio de Janeiro em sua segunda casa e hoje, diz, só quer saber de pescar.



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