São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Série foi escola para estreante em longas

DA REPORTAGEM LOCAL

Para Philippe Barcinski, a série "Cidade dos Homens" foi uma escola. Como um dos convidados pela produtora O2 a dirigir episódios do programa, Barcinski aprendeu que "a moeda principal [de um diretor] é o tempo".
Cada episódio de "Cidade dos Homens" era filmado em seis dias, o que significava terminar uma jornada de trabalho com cinco minutos prontos.
"É um índice de aproveitamento muito alto. A O2 dá uma ótima condição de trabalho, mas exige essa contrapartida, que é filmar rápido", diz o carioca radicado em São Paulo.
Barcinski provou a fórmula de novo mês passado, dirigindo seu primeiro longa, "Não por Acaso", com produção da O2.
Foram cinco anos para escrever o roteiro, etapa que o diretor considera "a mais difícil e complexa".
"Não por Acaso" enfoca dois personagens obsessivos, "um por trânsito [vivido por Leonardo Medeiros], outro por sinuca [Rodrigo Santoro]", cujas trajetórias se cruzam quando a ex-mulher do primeiro (Graziela Moretto) atropela a namorada do segundo (Branca Messina).
Festejado por críticos por curtas como "A Escada" e "Palíndromo", Barcinski diz que agora irá "dar a cara a tapa", colocando à prova a validade de sua equação particular num longa. "Levo fé que um filme possa se comunicar com o público e trazer uma novidade de linguagem ao mesmo tempo", diz. O que não se pode, segundo a premissa de Barcinski, é desvalorizar o caráter narrativo do cinema.
"Na minha visão de mercado, você pode ser muito radical, desde que coloque a história em primeiro lugar e não sonegue emoção ao espectador."
O cineasta estreará com um longa em que os protagonistas perdem seus amores (atuais ou antigos) tragicamente. "Mas há uma sensação de redenção no final. É algo para cima."
Antes de ser lançado no Brasil, o filme irá se candidatar em 2007 ao circuito dos grandes festivais, como Berlim e Cannes.
Quando escrevia o longa, Barcinski, 34, participou de laboratórios em Sundance, onde conheceu a inglesa Andrea Arnold, 41, ganhadora da Caméra d'Or em Cannes neste ano ("Red Road"), e na Argentina, que o aproximou da revelação local Rodrigo Moreno, 33 ("El Custodio"). "Bateu um sentimento geracional." (SA)


Texto Anterior: Laranjinha e Acerola se aposentam
Próximo Texto: A sucessora
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.