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Série foi escola para estreante em longas
DA REPORTAGEM LOCAL
Para Philippe Barcinski,
a série "Cidade dos Homens" foi uma escola. Como um dos convidados pela produtora O2 a dirigir
episódios do programa,
Barcinski aprendeu que "a
moeda principal [de um
diretor] é o tempo".
Cada episódio de "Cidade dos Homens" era filmado em seis dias, o que significava terminar uma jornada de trabalho com cinco minutos prontos.
"É um índice de aproveitamento muito alto. A O2
dá uma ótima condição de
trabalho, mas exige essa
contrapartida, que é filmar rápido", diz o carioca
radicado em São Paulo.
Barcinski provou a fórmula de novo mês passado, dirigindo seu primeiro
longa, "Não por Acaso",
com produção da O2.
Foram cinco anos para
escrever o roteiro, etapa
que o diretor considera "a
mais difícil e complexa".
"Não por Acaso" enfoca
dois personagens obsessivos, "um por trânsito [vivido por Leonardo Medeiros], outro por sinuca [Rodrigo Santoro]", cujas trajetórias se cruzam quando
a ex-mulher do primeiro
(Graziela Moretto) atropela a namorada do segundo (Branca Messina).
Festejado por críticos
por curtas como "A Escada" e "Palíndromo", Barcinski diz que agora irá
"dar a cara a tapa", colocando à prova a validade
de sua equação particular
num longa. "Levo fé que
um filme possa se comunicar com o público e trazer
uma novidade de linguagem ao mesmo tempo",
diz. O que não se pode, segundo a premissa de Barcinski, é desvalorizar o caráter narrativo do cinema.
"Na minha visão de
mercado, você pode ser
muito radical, desde que
coloque a história em primeiro lugar e não sonegue
emoção ao espectador."
O cineasta estreará com
um longa em que os protagonistas perdem seus
amores (atuais ou antigos)
tragicamente. "Mas há
uma sensação de redenção
no final. É algo para cima."
Antes de ser lançado no
Brasil, o filme irá se candidatar em 2007 ao circuito
dos grandes festivais, como Berlim e Cannes.
Quando escrevia o longa, Barcinski, 34, participou de laboratórios em
Sundance, onde conheceu
a inglesa Andrea Arnold,
41, ganhadora da Caméra
d'Or em Cannes neste ano
("Red Road"), e na Argentina, que o aproximou da
revelação local Rodrigo
Moreno, 33 ("El Custodio"). "Bateu um sentimento geracional."
(SA)
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