São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2007

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Televisão - Crítica

Demy consegue o impossível em "Pele de Asno"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Jacques Demy nasceu para filmar o que é impossível de filmar. É possivelmente o único cineasta do mundo a fazer sucesso com um filme em que os personagens cantam o tempo todo, só falam cantando ("Os Guarda-Chuvas do Amor").
Os problemas de "Pele de Asno" (TC Cult, 22h) não eram tão menores. Tratava-se de fazer um conto de fadas em 1970 (e 1968 estava tão próximo!), a história de uma princesa que, para fugir a seu destino (casar com o próprio pai), precisa se disfarçar como a criatura mais feia do mundo.
Ora, essa moça, a mais feia do mundo, é Catherine Deneuve. Já o pai é Jean Marais, que já foi uma fera em "A Bela e a Fera" de Jean Cocteau (e a referência não é à toa). Existe, por fim, a Fada Madrinha, Delphyne Seyrig. O elenco joga a favor, sem dúvida. Mas fazer de Deneuve uma feia, preservando ao mesmo tempo a atmosfera de encantamento do começo ao fim e criando um final em que o encantamento vem do cinema, isso é coisa de grande cineasta. E Demy foi um deles.


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