São Paulo, domingo, 18 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aniversário do 11/9 marca fim de série

"Rescue Me" chega à 6ª temporada nos EUA com emoções reais e destaque para traumas após resgate em 2001

Protagonista e criador do seriado, Denis Leary conta que usa reações e histórias verdadeiras de bombeiros de Nova York

JEREMY EGNER
DO "NEW YORK TIMES"

"Rescue Me", drama cômico sombrio sobre bombeiros, termina no ano que vem, pouco antes do décimo aniversário do 11 de Setembro, acontecimento que o inspirou e é sempre revisitado.
No Brasil, o programa vai ser reprisado desde a primeira temporada no canal pago Liv a partir de 26/7 (de seg. a sex., às 21h; 12 anos).
Em entrevista, o astro e cocriador da série, Denis Leary, fala sobre o fim, seu personagem (o bombeiro sarcástico e alcoólatra Tommy Gavin) e as anedotas dos roteiros. Seguem trechos da conversa.

 

Pergunta - Vocês já rodaram os episódios finais?
Denis Leary -
Sim. Foi interessante, porque fizemos um ano antes e temos bombeiros reais no set, então assistimos às reações deles. Na cena final, usamos um barco cujo nome foi feito com aço do World Trade Center. Assistir à chegada dele, que o departamento de bombeiros teve a gentileza de nos ceder, foi bastante emocionante para muitos dos bombeiros reais.

Por que o 11/9 continuou a ser um tema tão central?
Porque o seriado é sobre bombeiros. Ele tem sido a história do ego masculino heroico, da ideia de lidar com a vida e a morte todos os dias e a dificuldade de encaixar isso na realidade. Para eles, o acontecimento é como o Vietnã ou a Segunda Guerra -nunca vai desaparecer.

Como vocês desenvolveram o personagem de Tommy?
Ele foi baseado em dois sujeitos, um que tinha enormes problemas pessoais e outro ótimo bombeiro. A equipe que criamos foi uma versão de uma equipe real. Adorava a unidade e o jeito como seus integrantes se relacionavam. Os bombeiros no programa tendem até a se parecer com os da vida real.

Os personagens continuam a ser inspirados na vida real?
Quase todos os diálogos cômicos vieram das coisas que ouvimos dos bombeiros que trabalham no seriado, de casos em que eles nos deram uma ideia geral ou de quando nos contaram alguma história. Muito do que se vê é reportagem pura e simples.

O bombeiro que inspirou Tommy fez alguma queixa?
O casamento de um deles se desfez, mas ele e a ex-mulher tinham consciência de que estávamos roubando suas vidas. Acho que o outro não. Eles estavam mais preocupados em que a vida dos bombeiros transparecesse a realidade emocional e técnica dos incêndios.

As histórias estão começando a se fechar?
A pergunta é se eles vão conseguir continuar assim. Tommy tem idade para saltar fora. Ele já fez o trabalho e ainda está vivo. Não há vergonha nenhuma nisso. Ele vai continuar a ler sobre sua atividade nos jornais, mas vai perder o ambiente de clube fechado e a adrenalina.


Tradução de CLARA ALLAIN.


Texto Anterior: Endereços/Anima Mundi
Próximo Texto: Raio-X: Rescue Me
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.