São Paulo, sábado, 18 de julho de 1998

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INTERNET
Cantor se recusa a comentar escândalo que protagonizou
George Michael comenta sua sexualidade em papo virtual

da Reportagem Local

O cantor inglês George Michael participou na quinta-feira de um chat, programa de conversa em tempo real, na Internet, em que respondeu a perguntas de fãs.
Por mais de duas horas, Michael falou sobre a sua sexualidade e planos para a sua carreira, além de temas tão díspares quanto a desclassificação da seleção inglesa na Copa do Mundo e a saída da cantora Geri Halliwell das Spice Girls.
Logo no início do chat, o cantor disse que não faria comentários sobre o episódio que aconteceu no dia 7 de abril, quando foi acusado de conduta imoral após ter sido flagrado por um policial em um banheiro público de um parque da Califórnia (EUA), praticando ato libidinoso com outro homem.
"Não estou aqui para alimentar a imprensa. Tenho muito a dizer sobre episódios recentes, mas não pretendo fazê-lo agora", disse.
Um dos participantes do chat perguntou se o cantor se sentia mais à vontade ao assumir abertamente sua sexualidade.
"Há muito tempo sou assumidamente gay. Todos que convivem comigo sabem disso", disse.
Michael disse que admitir ser gay para amigos e familiares é diferente de se assumir como gay para o grande público.
"A maior parte das pessoas pouco se importa com o que eu faço com a minha genitália. Procurei ser o mais honesto possível com os meus fãs por meio do meu trabalho", afirmou.
Uma pessoa perguntou a quem a canção "Jesus to a Child", do álbum "Older", era dedicada. Michael afirmou que a compôs para Anselmo Feleppa, designer brasileiro que morreu de AIDS, com quem o cantor teria tido um caso.
Ao responder a uma fã que perguntou se Michael ainda gosta de garotas, o cantor disse: "você não para de olhar (para mulheres) só porque decidiu que não vai passar toda a sua vida com uma. Acho que as mulheres não me achariam atraente se eu não me sentisse atraído por elas".
Apesar de a vida sexual do cantor ter sido a tônica do bate-papo, muitas outras questões foram tratadas. George Michael falou sobre sua aversão por turnês, mas disse que apresentações transmitidas via Internet não substituiriam a emoção de um show ao vivo.
Michael afirmou que pensa em voltar a excursionar para demonstrar sua gratidão pelo apoio que os fãs têm lhe dado após o escândalo sexual que protagonizou em abril.
Até mesmo a morte de Lady Di foi tratada. "Não me sinto bem em discutir o tema aqui. Muitos têm usado Lady Di em seu próprio benefício", comentou.
Michael disse acreditar que a música tem um futuro promissor na Internet e que dentro em breve o grande público deverá poder comprar músicas via digital, o que, segundo ele, colocará em risco a existência de lojas de discos.
A política foi enfocada apenas por alto. Um dos participantes do chat disse ser de Shangai, China, e indagou se o cantor pretendia voltar ao país. "Talvez, se eles (as autoridades locais) pararem de fuzilar pessoas por avançarem o sinal vermelho", disse.



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