Flavio Florido/Folha Imagem

O apresentador Marcos Mion simula nudez numa das inúmeras referências do VMB aos artifícios das TVs em busca de ibope

O VMB 2001 vai entrar para a história da MTV como "o ano do Papito". Marcos Mion tomou conta da premiação e ocupou todo o espaço do palco, das câmeras e, aparentemente, da emissora. Até mesmo outras starlets da casa apareceram como figurantes, incluindo a translumbrante Fernanda Lima.
Mion falou pelos cotovelos, trocou de roupa um monte (veio até de cueca), perturbou muito (como sempre), mas mais acertou do que errou (como no discurso do apagão). Sua performance foi eletrizante (impossível não olhar para ele), ousada e sempre no limite.
Comprovou um talento real como comunicador jovem, gostando-se ou não de seu "style", como ele mesmo diz, e emprestou sua espontaneidade profissional às piadas ensaiadas.
O ritmo louco de Mion conduziu uma noite mais ágil, mesmo com os embaços de praxe. O show começou a decolar com Dercy Gonçalves, de jeans e bengala, disparando seus palavrões.
Ganhou substância com a moral do rapper Xis, que batizou ali a sigla MPB de música periférica brasileira. Ele tinha razão.
MV Bill lembrou as crianças que trabalham para o tráfico e o povo das favelas cariocas, pouco antes de Marcelo Yuka chegar ao Credicard Hall.
Ao passar carregado em sua cadeira de rodas, fez gelar o estômago de todos com a memória do tiro que levou na Tijuca. Começa a se delinear uma cultura de não-alienação e de valorização do anticonformismo.
E não dá vontade de ver mais gente da MPB misturada ao mundinho MTV? Bem, Sandy & Júnior estavam lá. No VMB, fashion statement mesmo é a jaqueta da Gaviões da Fiel usada por Rappin" Hood. Outros bons momentos de moda & música foram Supla, Cássia Eller, D2.
Do povo da casa, Sarah foi a revelação, de cabelo preso. Tatiana Mancini fez a exótica, e até a Didi enfeou (como conseguiram?). Faltou style.


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