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CRÍTICA
Disco funciona como um resgate desta bela banda
COLUNISTA DA FOLHA
Talvez o mundo, ou mais
particularmente a música
inglesa, não precise mais do Levellers, de suas músicas engajadas, seu grito pela justiça social,
canções levadas por violino.
Funciona assim: o Levellers
canta belas músicas como
"Pretty Target" e "Come On"
com a garra de quem quer mudar o mundo com seu engajamento pró-desfavorecidos.
Mas essas belas músicas, hoje,
só soam como... belas músicas.
No começo dos 90, a Inglaterra experimentava o final do regime de ferro imposto pela primeira-ministra Margaret Thatcher. Essa voz do contra começou a reverberar nas letras de
grupos como o Levellers, e sua
causa social de estofo folk-rock
passou a atrair de punks a hippies.
A fórmula "tocantes melodias folk à la Waterboys" mais
"letras politizadas pedindo
igualdade" está presente em
"Green...". A primeira parte
continua intacta, um som rebuscadamente bem tocado para quem quer oxigenar as orelhas cansadas da guitarreira do
pop. Mas a segunda parte não
deixa de soar caricata, como se
fosse o RPM cantando "Rádio
Pirata" com Paulo Ricardo fazendo cara de inconformado.
Ainda assim, só pelo punhado de duelos violino-guitarra, o
CD funciona, não como uma
arma, mas como um belo disco
de resgate de uma banda bacana que ainda tem bastante a tocar, pelo que parece.
(LR)
Green Blade Rising
Artista: Levellers
Lançamento: Sum Records
Quanto: R$ 30, em média
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