DA REPORTAGEM LOCAL

A edição de amanhã à noite da série de debates "Diálogos Impertinentes" (uma parceria de Sesc-SP, PUC-SP e Folha) lança foco sobre a alienação feminina. A discussão, da qual participam a psicanalista Heidi Tabacof e a historiadora Denise Santanna (além dos mediadores Suely Rolnik e Newton Cunha), parte da idéia de que, ainda que tenha consolidado seu papel na vida pública e fincado pé no mercado profissional, a mulher segue, inconscientemente, atribuindo poder imaginário ao homem.
"Ela pode ser a rainha da cocada preta, mas ainda depende do olhar masculino para se sentir valorizada", sugere Rolnik, em sua primeira intervenção. Ela prossegue: "O mercado [de bens de consumo] se alimenta dessa dependência e a reforça, com a promessa de que, se você se redesenhar por um certo modelo, conseguirá atrair a atenção do homem".
Para Santanna, o principal desafio para a mulher é o acúmulo de exigências que a história fez pesar sobre ela: "Precisa atuar nas mais diversas áreas, ter performance produtiva".
Já a psicanalista Tabacof leva a reflexão para a dimensão subjetiva da alienação, relegando a social ao segundo plano. "É desejável que a mulher se converta em sujeito de seu destino, mas é da ordem da constituição da feminilidade uma dependência da figura do pai."