São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2008

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Ciclo de palestras debate a fotografia hoje no mundo

Fotógrafos e especialistas falam sobre questões como autoria e digitalização a partir de hoje na Fnac Pinheiros, em São Paulo

Evento terá curadoria da produtora Cia de Foto e conta ainda com exposição na galeria Vermelho, que será aberta amanhã

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Por que fotografamos? É em torno dessa questão que a Semana da Fotografia 2008 percorre São Paulo de hoje a domingo. Com ciclo de palestras e uma exposição (veja texto nesta página), é o grande evento do gênero no Brasil.
A Semana terá como sede principal a Fnac Pinheiros (pça. dos Omaguás, 34, São Paulo; tel. 0/xx/11/3579-2000). A entrada é gratuita.
As conversas terão início às 18h, com lançamento da revista "FS/Clix". Às 19h30, Lesley Martin fala sobre seu trabalho de curadora. Ela foi responsável por mostrar no NY Photo Festival uma exposição com artistas que trabalham com apropriação de imagens.
Amanhã, a artista Giselle Beiguelman comanda mesa sobre imagem na web 2.0 (às 16h30), enquanto a pesquisadora e fotógrafa inglesa Jane Maxwell contextualiza as produções contemporâneas brasileiras e britânicas, ao lado da fotógrafa Rochelle Costi (às 19h).
Eugenio Bucci, Maria Rita Kehl e Patricia Gouvea falam na quarta-feira sobre o tema "O Tempo na Imagem". "As Misteriosas Formas de Beleza na Fotografia" é o assunto da palestra do holandês Hans Aarsman, na quinta (19h). Mais informações: www.fotosite.com.br/ semana2008sp/index.htm.
Para preencher a Semana, foram contratados como curadores Pio Figueroa, Rafael Jacinto e João Kehl, trio que pilota a Cia de Foto. Essa produtora paulistana ficou bastante conhecida por realizar fotos extremamente autorais, mas assinadas com o nome da empresa, não com o nome do fotógrafo.
"Só na fotografia não existe autoria coletiva. Por quê?", questiona Figueroa. "Esse formato de troca é o mais produtivo tanto comercialmente como no desenvolvimento da linguagem", afirma Jacinto.
Outro ponto que caracteriza o trabalho da Cia de Foto e que alimentará discussões no evento é a questão da finalidade da fotografia. "Queremos contradizer a idéia de que a foto só existe como registro, como documento histórico ou trabalho publicitário. Ela pode ser puro entretenimento, apenas pelo ato fotográfico", diz Figueroa.
"[A fotografia] Tem de se impor como linguagem. Ainda aparece bastante ligada a serviços." Para Figueroa, sua geração (de 30 e poucos anos) "cresceu com uma idéia glamourosa do fotojornalismo".
"A aplicação técnica ou de serviço aprisiona nossa noção de fotografia", aponta Jacinto. "A foto brasileira ainda está ligada a uma concepção modernista, de destacar na obra o nome do autor individual."


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