São Paulo, Quarta-feira, 18 de Agosto de 1999
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10ª mostra coroa década do curta brasileiro


Festival Internacional de SP abre amanhã com 372 filmes; atração é retrospectiva com o mais marcante dos anos 90; produção cresceu mais de 600%


IVAN FINOTTI
da Reportagem Local


Comemorando a década do curta brasileiro, começa amanhã, para convidados, o 10º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo. O evento, de dez dias, abre para o público na sexta.
A grande atração será a retrospectiva dos dez anos de festival -um rara oportunidade para ver curtas que marcaram os anos 90 no Brasil e no mundo-, mas não só. Há ainda 66 curtas brasileiros da safra 98/99, além de filmes europeus, americanos, africanos, asiáticos e latinos.
São 372 curtas de 52 países, divididos em 60 sessões diferentes, cada uma com 80 minutos. As exibições, todas de graça, acontecem em sete locais: MIS, Vitrine, Espaço Unibanco, Centro Cultural SP, Museu Lasar Segall e auditórios da Faap e A Hebraica.
As dez sessões da retrospectiva, chamada "Foco: A Década do Curta", estão concentradas no Vitrine (de 20 a 26 de agosto) e no Espaço Unibanco (de 20 a 25).
"Apesar da retomada do longa-metragem no Brasil, o curta continua a crescer. Continua apontando novos talentos e caminhos", afirma Zita Carvalhosa, que dirige o festival desde sua criação, no ano de 1990.
Os números comprovam o discurso de Carvalhosa. Entre 90 e 99, a produção brasileira cresceu mais de 600%. Parte desse sucesso poder ser creditado ao próprio festival de São Paulo, que não apenas abriu espaço para estreantes como passou a ser uma vitrine para festivais estrangeiros.
"Hoje, dez anos depois, ficou difícil ver um festival internacional de porte sem um curta brasileiro", diz Francisco Cesar Filho, programador associado do evento.
Entre os curtas exibidos na mostra, por exemplo, há trabalhos de diversos cineastas que hoje dirigem longas, como Beto Brant, Eliane Caffé e Walter Salles.
"Mas o curta não existe apenas quando não há dinheiro para se fazer longa. É outro formato. Há um descompromisso com o mercado que permite maiores experimentações", diz Carvalhosa.
Os convidados são outra atração. Há os famosos, como Bill Plympton (leia abaixo), mas talvez mais importante sejam os cerca de 40 realizadores que o evento está trazendo de todo o Brasil, do Pará ao Rio Grande do Sul .
"É o maior encontro do curta do país", afirma a diretora.
O festival é patrocinado pela Enterpa Ambiental e organizado pela Associação Kinoforum.


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