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Câmara convoca Gugu Liberato e diretoria da emissora para esclarecer entrevista com supostos membros do PCC
Ministério da Justiça adverte o SBT
LILIAN CHRISTOFOLETTI
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
A polêmica entrevista em que
dois supostos membros da facção
criminosa PCC ameaçavam personalidades, exibida pelo SBT no
"Domingo Legal" pode levar à reclassificação etária do programa.
"O episódio foi lamentável",
afirmou a secretária nacional de
Justiça, Cláudia Chagas. Para ela,
a televisão foi utilizada como um
veículo para dois crimes: ameaça
de pessoas e apologia ao crime.
Segundo a secretária, o ministro
da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, também considerou "lamentável" a exibição da entrevista e
lhe pediu uma "resposta veemente" contra Gugu Liberato e o SBT.
Na última sexta, o Ministério da
Justiça enviou ao SBT e ao apresentador uma advertência por escrito de que o "Domingo Legal"
poderá ser punido com uma reclassificação caso volte a exibir
conteúdo inadequado.
"Com a advertência, a emissora
precisa se readequar a partir de
agora", afirmou a secretária.
Se o "Domingo Legal" for reclassificado poderá, por exemplo,
ser indicado apenas para maiores
de 12 anos, tendo de ser exibido
após às 21h. "Não podemos interferir no conteúdo do programa.
Felizmente, não temos mais censura no Brasil. Mas temos a obrigação de preservar os direitos das
crianças e, se for preciso, o programa poderá ter um horário
mais restrito", disse a secretária.
Segundo Chagas, não interfere
na decisão do ministério o fato de
a entrevista ter sido forjada.
Ontem, a Comissão de Ciência e
Tecnologia e a de Direitos Humanos na Câmara dos Deputados
convidaram o apresentador e a
direção do SBT para prestar esclarecimentos sobre a entrevista.
No convite, enviado a Gugu via
fax, as comissões não definem data para a audiência pública. Esperam que o próprio apresentador
indique uma data conveniente. Se
não responder ou não comparecer, ele deverá ser convocado.
Ontem ainda as duas comissões
cobraram do ministro das Comunicações, Miro Teixeira, a investigação do episódio e uma "punição exemplar". O ministro foi
procurado por meio de sua assessoria, mas não se manifestou.
Na Assembléia
O jornalista Wagner Maffezoli,
autor da entrevista, não compareceu ontem para prestar depoimento à Comissão de Segurança
Pública da Assembléia Legislativa
de São Paulo. Ele havia sido convidado e não tinha obrigação legal
de se apresentar.
O diretor do "Domingo Legal",
Maurício Nunes, enviou à comissão um ofício, em nome do SBT,
afirmando que o repórter estava
afastado de suas funções na emissora, que havia viajado ao interior
do Estado, e, por isso, não poderia
comparecer à sessão.
Os deputados da comissão decidiram convidar também o apresentador Gugu Liberato, Nunes, o
delegado que investiga o caso, Alberto Matheus, o produtor do
programa Rogério Casagrande e
chamar Maffezoli novamente.
Durante a reunião, Gugu foi criticado pelos parlamentares.
Outro lado
Esther Rocha, assessora de imprensa de Gugu Liberato, foi procurada em seu escritório. Informada que ela estava numa reunião, a Folha deixou recado, avisando sobre o conteúdo desta reportagem, com sua secretária e
em seu celular. Até o fechamento
da edição, Rocha não havia dado
resposta. A assessoria de imprensa do SBT não comenta o caso.
Colaborou a Reportagem Local
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