São Paulo, terça-feira, 18 de setembro de 2007

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Tiozinhos da new wave

Criador de clássicos como "Whip It" e "Time Out for Fun", o grupo norte-americano Devo volta a se apresentar ao vivo no Brasil, em novembro

Divulgação
A banda norte-americana Devo


THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

A humanidade regredindo às suas formas mais primitivas. A tecnologia como combustível do emburrecimento e do totalitarismo. Esses são os fundamentos básicos da "devolution", conceito que serve de bússola para o quinteto Devo.
A banda, formada em Akron, Ohio (EUA), no início dos anos 1970, vem pela segunda vez ao Brasil, como atração do festival Planeta Terra, que acontece em São Paulo em 10 de novembro.
Com mais de 30 anos de vida, o quinteto passeou, nesse tempo, por vários gêneros da música. Influenciou o punk, brincou com a eletrônica, testou experimentações. Mas ficou bem abrigado sob o termo new wave, o movimento posterior ao punk, com mais uso de sintetizadores, arranjos complexos e, claro, roupas extravagantes.
O Devo nunca acabou para valer -passou alguns anos inativo, com seus integrantes trabalhando em trilhas sonoras e comerciais de televisão. Neste ano, a banda voltou a excursionar pela Europa e tocou em festivais como Sónar e Benicássim, na Espanha.
Fundado por Gerald Casale e Mark Mothersbaugh, o Devo (quase) sempre foi um sucesso de crítica. Seus discos nunca venderam muito, mas renderam alguns hits, como "Whip It", "Time Out for Fun" e "Mongoloid". Além de um originalíssimo cover de "(I Can't Get No) Satisfaction". Por telefone, Gerald Casale contou à Folha um pouco da história do Devo.
 

FOLHA - É a segunda vez que o Devo vem ao Brasil. Como foi a primeira vez? Como será o próximo show?
CASALE -
A primeira vez foi em 1989. Tocamos em São Paulo e no Rio. Mas, no Rio, apenas poucas pessoas apareceram... Para o novo show, tocaremos músicas de todos os discos, com a mesma intensidade e energia de quando tínhamos 30 anos. Talvez toquemos uma faixa que acabamos de compor e que licenciamos para um comercial de computadores nos EUA ["Watch Us Work It"].

FOLHA - Há planos para um disco novo do Devo?
CASALE -
Sim, estamos compondo juntos novamente.

FOLHA - Suas músicas sempre foram diferentes do que havia no pop. De onde vinha a influência?
CASALE -
As influências vinham de todos os lugares. Mas sempre tratamos essas referências como referências, não imitávamos ninguém. O que sempre nos empolgou foi fazer coisas originais. Éramos influenciados por coisas de fora do pop. Claro, havia bandas de que gostávamos, como Kraftwerk, o início do Roxy Music, com Brian Eno, Captain Beefheart, música eletrônica, John Cage.


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