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Mônica Bergamo
bergamo@folhasp.com.br
Julia Moraes/Folha Imagem
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Felipe Sigrist com a mulher, a doceira Nininha, anteontem, nos Jardins
Para poucos
O governo Lula
homenageou anteontem
o presidente Gilmar
Mendes, do STF
(Supremo Tribunal
Federal), num jantar
fechado e discreto na
casa de Antônio Toffoli,
advogado-geral da
União. À mesa, além do
próprio presidente e do
anfitrião, estavam os
ministros Dilma
Rousseff, da Casa Civil,
Tarso Genro, da Justiça,
o ex-presidente José
Sarney e Gilberto
Carvalho, chefe-de-gabinete de Lula. Do
STF foram os ministros
Ricardo Lewandowski,
Carlos Britto, Eros Grau
e Carlos Alberto
Menezes Direito.
EXAGERADO
"Foi uma forma de o presidente homenageá-lo sem aquela coisa formal", diz Toffoli, que
hoje está no cargo que foi ocupado por Gilmar no governo de
Fernando Henrique Cardoso.
Coube ao anfitrião o discurso,
em que disse que o ministro teve desempenho tal como advogado-geral que "deve ter economizado uns 100, 200 bilhões,
até um trilhão" para o governo
em ações na Justiça. "Ei, também não exagera!", disse Lula.
AUSENTE
O ministro Nelson Jobim, da
Defesa, não foi ao jantar.
PRESENTE
Em determinado momento,
Lula, Gilmar e os demais convidados fizeram silêncio e uma
"corrente de pensamento positivo" para o vice-presidente José Alencar, que tinha cirurgia
marcada para esta semana em
São Paulo.
REPETECO
E Gilmar Mendes já conversou com o governador José Serra, de São Paulo, para fazer aqui
o mutirão realizado no Rio de
Janeiro pelo CNJ, o Conselho
Nacional de Justiça, que libertou da prisão mais de 600 pessoas que já haviam cumprido
pena ou que poderiam ter o benefício da liberdade provisória.
CHANTILLY
O presidente Lula telefonou
para dona Canô na terça-feira
para cumprimentá-la pelo aniversário de 101 anos.
CHECK-UP HISTÓRICO
A Faculdade de Medicina da
USP concede hoje títulos de
professor emérito aos ex-docentes que foram demitidos,
afastados ou cassados no regime militar. Luiz Hildebrando
Pereira da Silva, Erney Felício
Plessman de Camargo, Thomaz Maack, Michel Rabinovitch, Luiz Rey e Pedro Henrique Saldanha serão condecorados. O professor Isaias Raw,
que já possui o título, vai receber a medalha Arnaldo Vieira
de Carvalho, honraria mais alta
da faculdade.
BRASILEIRINHO
O escritor português José Saramago escolheu o Brasil para
lançar mundialmente seu próximo livro, "A Viagem do Elefante". Negocia agora com a
Companhia das Letras a melhor data, em novembro, para
uma noite de autógrafos.
DA HELENA E DO LULA
Milhem Cortaz, de "Tropa de
Elite" e da novela "Chamas da
Vida" (Record), foi convidado
para fazer o pai do presidente
no filme "Lula, o Filho de Lindu", de Fábio Barreto. Fora da
tela, ele acaba de ganhar a primeira filha. Helena nasceu na
segunda com 51 cm e 3,8 kg.
PASSAPORTE
A galeria Fortes Vilaça se
prepara para desembarcar pela
primeira vez em uma feira de
arte na Itália. A estréia acontece no dia 7 de novembro, na Artissima, em Turim. Serão expostas obras de Vik Muniz, Alejandra Icaza, Iran do Espírito
Santo e Ernesto Neto.
VERSÃO BILÍNGÜE
A revista "Nosso Caminho",
criada por Oscar Niemeyer, terá, a partir de outubro, encarte
em espanhol e será distribuída
na América Latina.
CURTO-CIRCUITO
A ATRIZ BETTY FARIA será homenageada no projeto
"Dramaturgias", do Centro Cultural Banco do Brasil de SP,
na próxima quarta. Entrada franca e classificação livre.
A GALERIA PONTES , de Edna Matosinho, terá inauguração oficial
hoje, às 19h, com a exposição "Olhar Ensolarado".
A IMPORTADORA TERROIR realiza até amanhã o "bota-fora" de
seu estoque de vinhos, com descontos em seus produtos.
O CANAL BRASIL comemora dez anos com a entrega de seu
prêmio de curtas-metragens, na Cinemateca Brasileira.
A RANCÉ , grife francesa de perfumes, apresenta hoje, em café da
manhã no hotel Fasano, sua "linha imperial" de fragrâncias.
A REDE DE LOJAS Opaque comemora seus 19 anos com festa
fechada no Espaço Traffô, na Vila Olímpia, a partir das 20h.
ORNELLA MUTI
"Quero filmar no Brasil"
Uma das divas do cinema italiano nas décadas de 70 e 80,
Ornella Muti está em São Paulo
para promover a Semana de Cinema Italiano, que acontece de
19 a 25. Mas, pelas ruas, poucos
a reconhecem. Há dois meses,
ela pintou pela primeira vez os
cabelos de loiro. "Estou adorando: os homens realmente
olham mais para as loiras", diz.
Não que ela tenha problemas
para atrair a atenção. Afinal,
aos 53 anos, ainda conserva as
mesmas curvas e o olhar profundo, livre de rugas, que arrebatou o público em "La Moglie
Più Bella", um dos primeiros
filmes de sua carreira, em 1970.
FOLHA - Como você vê o cinema
italiano hoje frente aos EUA?
ORNELLA MUTI - Os EUA têm
realmente uma indústria de cinema, enquanto na Itália é tudo mais artesanal, mais artístico. Isso faz uma grande diferença nas produções e para os
artistas.
FOLHA - Você não se ressente de
não ter insistido em fazer carreira
em Hollywood?
ORNELLA - É claro que sinto por
não ter dado certo na América,
mas não me arrependo. Acredito que quando uma coisa não
acontece é porque não tinha
que acontecer. E não se trata
apenas de uma filosofia que cai
bem para o meu caso; eu realmente acho isso. A competição
lá é muito grande. Eu não quero
isso para mim. Lá não há liberdade. Você tem que fazer tudo
exatamente como eles querem.
FOLHA - Já imaginou como seria
sua vida se tivesse ficado nos EUA?
ORNELLA - Com certeza eu seria
mais rica, mais nervosa e mais
medrosa. Há momentos em
que é naturalmente muito difícil lidar com a fama e as exigências nos EUA. Agora, imagine
isso para uma européia.
FOLHA - Você começou a atuar aos
14 anos. Como é envelhecer em
frente às câmeras?
ORNELLA - Não deveria ser difícil, mas algumas vezes é. Sou
muito cuidadosa com a minha
imagem. Se você pode ficar em
forma, por que não fazê-lo? É
uma forma de respeito às pessoas que me amam. Mas não
acredito em idade. Não posso
dizer que me sinto com 18 anos,
mas aos 30 anos não me sentia
com 30. A idade é um problema
que os outros vêem.
FOLHA - Algumas atrizes americanas já disseram que é muito difícil
ter bons papéis depois dos 40 anos.
ORNELLA - Diga a elas para irem
à Itália. Lá, é difícil ter bons papéis em qualquer idade. As histórias são sempre para homens.
Circundados de belas mulheres, sim, mas eles são o foco
principal.
FOLHA - Você filmou no Brasil em
2001. Gostaria de repetir essa experiência?
ORNELLA - Há muito tempo tenho paixão pelo cinema brasileiro. Vocês têm tantos filmes
lindos, com tanta arte, como
"Central do Brasil", com aquela
mulher forte, uma ótima atriz
[referindo-se a Fernanda Montenegro]. Quem sabe, com sorte, aproveito essa viagem para
fazer alguns contatos. Gostaria
muito de voltar a filmar aqui,
mas não tenho nada em vista.
Por enquanto só estou preocupada em produzir meus dois
próximos filmes, que ainda não
têm título.
com JULIANA BIANCHI, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO
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