São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2008

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Mônica Bergamo

bergamo@folhasp.com.br

Julia Moraes/Folha Imagem
Felipe Sigrist com a mulher, a doceira Nininha, anteontem, nos Jardins

Para poucos

O governo Lula homenageou anteontem o presidente Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), num jantar fechado e discreto na casa de Antônio Toffoli, advogado-geral da União. À mesa, além do próprio presidente e do anfitrião, estavam os ministros Dilma Rousseff, da Casa Civil, Tarso Genro, da Justiça, o ex-presidente José Sarney e Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete de Lula. Do STF foram os ministros Ricardo Lewandowski, Carlos Britto, Eros Grau e Carlos Alberto Menezes Direito.

EXAGERADO
"Foi uma forma de o presidente homenageá-lo sem aquela coisa formal", diz Toffoli, que hoje está no cargo que foi ocupado por Gilmar no governo de Fernando Henrique Cardoso. Coube ao anfitrião o discurso, em que disse que o ministro teve desempenho tal como advogado-geral que "deve ter economizado uns 100, 200 bilhões, até um trilhão" para o governo em ações na Justiça. "Ei, também não exagera!", disse Lula.

AUSENTE
O ministro Nelson Jobim, da Defesa, não foi ao jantar.

PRESENTE
Em determinado momento, Lula, Gilmar e os demais convidados fizeram silêncio e uma "corrente de pensamento positivo" para o vice-presidente José Alencar, que tinha cirurgia marcada para esta semana em São Paulo.

REPETECO
E Gilmar Mendes já conversou com o governador José Serra, de São Paulo, para fazer aqui o mutirão realizado no Rio de Janeiro pelo CNJ, o Conselho Nacional de Justiça, que libertou da prisão mais de 600 pessoas que já haviam cumprido pena ou que poderiam ter o benefício da liberdade provisória.

CHANTILLY
O presidente Lula telefonou para dona Canô na terça-feira para cumprimentá-la pelo aniversário de 101 anos.

CHECK-UP HISTÓRICO
A Faculdade de Medicina da USP concede hoje títulos de professor emérito aos ex-docentes que foram demitidos, afastados ou cassados no regime militar. Luiz Hildebrando Pereira da Silva, Erney Felício Plessman de Camargo, Thomaz Maack, Michel Rabinovitch, Luiz Rey e Pedro Henrique Saldanha serão condecorados. O professor Isaias Raw, que já possui o título, vai receber a medalha Arnaldo Vieira de Carvalho, honraria mais alta da faculdade.

BRASILEIRINHO
O escritor português José Saramago escolheu o Brasil para lançar mundialmente seu próximo livro, "A Viagem do Elefante". Negocia agora com a Companhia das Letras a melhor data, em novembro, para uma noite de autógrafos.

DA HELENA E DO LULA
Milhem Cortaz, de "Tropa de Elite" e da novela "Chamas da Vida" (Record), foi convidado para fazer o pai do presidente no filme "Lula, o Filho de Lindu", de Fábio Barreto. Fora da tela, ele acaba de ganhar a primeira filha. Helena nasceu na segunda com 51 cm e 3,8 kg.

PASSAPORTE
A galeria Fortes Vilaça se prepara para desembarcar pela primeira vez em uma feira de arte na Itália. A estréia acontece no dia 7 de novembro, na Artissima, em Turim. Serão expostas obras de Vik Muniz, Alejandra Icaza, Iran do Espírito Santo e Ernesto Neto.

VERSÃO BILÍNGÜE
A revista "Nosso Caminho", criada por Oscar Niemeyer, terá, a partir de outubro, encarte em espanhol e será distribuída na América Latina.

CURTO-CIRCUITO
A ATRIZ BETTY FARIA será homenageada no projeto "Dramaturgias", do Centro Cultural Banco do Brasil de SP, na próxima quarta. Entrada franca e classificação livre.
A GALERIA PONTES , de Edna Matosinho, terá inauguração oficial hoje, às 19h, com a exposição "Olhar Ensolarado".
A IMPORTADORA TERROIR realiza até amanhã o "bota-fora" de seu estoque de vinhos, com descontos em seus produtos.
O CANAL BRASIL comemora dez anos com a entrega de seu prêmio de curtas-metragens, na Cinemateca Brasileira.
A RANCÉ , grife francesa de perfumes, apresenta hoje, em café da manhã no hotel Fasano, sua "linha imperial" de fragrâncias.
A REDE DE LOJAS Opaque comemora seus 19 anos com festa fechada no Espaço Traffô, na Vila Olímpia, a partir das 20h.
ORNELLA MUTI

"Quero filmar no Brasil"

Uma das divas do cinema italiano nas décadas de 70 e 80, Ornella Muti está em São Paulo para promover a Semana de Cinema Italiano, que acontece de 19 a 25. Mas, pelas ruas, poucos a reconhecem. Há dois meses, ela pintou pela primeira vez os cabelos de loiro. "Estou adorando: os homens realmente olham mais para as loiras", diz. Não que ela tenha problemas para atrair a atenção. Afinal, aos 53 anos, ainda conserva as mesmas curvas e o olhar profundo, livre de rugas, que arrebatou o público em "La Moglie Più Bella", um dos primeiros filmes de sua carreira, em 1970.

 

FOLHA - Como você vê o cinema italiano hoje frente aos EUA?
ORNELLA MUTI
- Os EUA têm realmente uma indústria de cinema, enquanto na Itália é tudo mais artesanal, mais artístico. Isso faz uma grande diferença nas produções e para os artistas.

FOLHA - Você não se ressente de não ter insistido em fazer carreira em Hollywood?
ORNELLA
- É claro que sinto por não ter dado certo na América, mas não me arrependo. Acredito que quando uma coisa não acontece é porque não tinha que acontecer. E não se trata apenas de uma filosofia que cai bem para o meu caso; eu realmente acho isso. A competição lá é muito grande. Eu não quero isso para mim. Lá não há liberdade. Você tem que fazer tudo exatamente como eles querem.

FOLHA - Já imaginou como seria sua vida se tivesse ficado nos EUA?
ORNELLA
- Com certeza eu seria mais rica, mais nervosa e mais medrosa. Há momentos em que é naturalmente muito difícil lidar com a fama e as exigências nos EUA. Agora, imagine isso para uma européia.

FOLHA - Você começou a atuar aos 14 anos. Como é envelhecer em frente às câmeras?
ORNELLA
- Não deveria ser difícil, mas algumas vezes é. Sou muito cuidadosa com a minha imagem. Se você pode ficar em forma, por que não fazê-lo? É uma forma de respeito às pessoas que me amam. Mas não acredito em idade. Não posso dizer que me sinto com 18 anos, mas aos 30 anos não me sentia com 30. A idade é um problema que os outros vêem.

FOLHA - Algumas atrizes americanas já disseram que é muito difícil ter bons papéis depois dos 40 anos.
ORNELLA
- Diga a elas para irem à Itália. Lá, é difícil ter bons papéis em qualquer idade. As histórias são sempre para homens. Circundados de belas mulheres, sim, mas eles são o foco principal.

FOLHA - Você filmou no Brasil em 2001. Gostaria de repetir essa experiência?
ORNELLA
- Há muito tempo tenho paixão pelo cinema brasileiro. Vocês têm tantos filmes lindos, com tanta arte, como "Central do Brasil", com aquela mulher forte, uma ótima atriz [referindo-se a Fernanda Montenegro]. Quem sabe, com sorte, aproveito essa viagem para fazer alguns contatos. Gostaria muito de voltar a filmar aqui, mas não tenho nada em vista. Por enquanto só estou preocupada em produzir meus dois próximos filmes, que ainda não têm título.

com JULIANA BIANCHI, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO



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