São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2008

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Coreografia mescla maracatu, cânticos religiosos e balé clássico

Projeto "Agô", de Guga Stroeter, vira espetáculo com 8 bailarinos e orquestra

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Fruto de idas e vindas do músico e produtor cultural Guga Stroeter a Cuba, o CD "Agô", com cânticos religiosos, iorubá da santeria cubana e do candomblé brasileiro, foi lançado em 2002 de forma independente, sem estardalhaço. No ano passado, "Agô" ganhou novo fôlego com mais uma tiragem pelo selo Sambatá e uma série de shows. Mesmo assim, Stroeter não deu fim ao trabalho: seu sonho era transformar o projeto num musical. Seis anos depois, "Agô" chega ao público como espetáculo neste sábado, na Sala Crisantempo, na Vila Madalena. Batizado de "Agô! Dança Contemporânea", ganhou coreografia inédita da dupla Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira. Os movimentos são interpretados por oito bailarinos, ao som da trilha executada ao vivo pela orquestra Heartbreakers e pelos cantores Liena Hernandez (Cuba) e Sapopemba (Brasil). "É uma celebração", diz Stroeter. "O que mais me interessa como artista é esse fenômeno primitivo e sofisticado que une a voz que canta, o instrumento que toca e o corpo que dança." A mesma mestiçagem musical de "Agô", cujos cânticos, no CD, ganharam roupagem jazzística, se repete nos movimentos coreográficos. "Houve uma mão dupla de contaminação, porque nossa dança também é mestiça", diz Madureira. "Aqui trabalhamos com a mistura de passos de maracatu, samba e balé clássico, só que, dessa vez, a pegada foi mais afro. Há mais gingado, uma soltura corporal dos bailarinos", afirma o coreógrafo. O desafio para a dupla foi maior porque, em quase uma década de pesquisa, eles só haviam criado para três corpos: além dos dois, o de Ana Noronha, no recente espetáculo "O Nome Científico da Formiga". Agora, o grupo que conta até com dois ex-integrantes do Ballet Stagium quer virar companhia de verdade. ""Agô", em iorubá, quer dizer "dá licença". Estamos pedindo licença para uma nova forma de trabalho também", conclui Madureira.

AGÔ! DANÇA CONTEMPORÂNEA
Quando: estréia sábado; sáb., às 21h, dom., às 20h. Até 19/10
Onde: Sala Crisantempo (r. Fidalga, 521; tel. 0/xx/11/3819-2287)
Quanto: R$ 7 e R$ 15
Classificação indicativa: livre



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