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CRÍTICA
Egoyan é cineasta mediano
TIAGO MATA MACHADO
CRÍTICO DA FOLHA
O roteiro de "O Fio da Inocência" remete ao enredo de
"Psicose". Tal como no clássico
de Hitchcock, a fuga de uma jovem em apuros termina na armadilha preparada por um psicótico
edipiano (Bob Hoskins).
Ao contrário de "Psicose" ou de
qualquer outro filme de Hitchcock, em que qualquer personagem não pode ser considerado
inocente, o filme de Atom Egoyan
nos fala da inocência do bem e do
mal. A comparação com Hitchcock soa desmedida, mas o fato é
que Egoyan, cineasta mediano,
também pesquisa o voyeurismo e
a perversão das imagens.
A exemplo de seus primeiros filmes, Egoyan surpreende aqui a
patologia de seu personagem na
história da relação deste com as
imagens (a imagem televisiva da
mãe).
O problema com Egoyan é que
ele nunca aprofunda o seu tema.
O curioso é que, lançando mão de
um antiquado recurso do cinema
clássico, a estrutura em flashback
para delinear o perfil psicológico
das protagonistas, ele chega a personagens típicas do moderno:
crianças enjeitadas e perdidas que
Felicia e Joseph ainda são; personagens que, no fundo, representa,
em sua condição, a nós, espectadores.
Avaliação:
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