São Paulo, quinta-feira, 18 de outubro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRÍTICA

Egoyan é cineasta mediano

TIAGO MATA MACHADO
CRÍTICO DA FOLHA

O roteiro de "O Fio da Inocência" remete ao enredo de "Psicose". Tal como no clássico de Hitchcock, a fuga de uma jovem em apuros termina na armadilha preparada por um psicótico edipiano (Bob Hoskins).
Ao contrário de "Psicose" ou de qualquer outro filme de Hitchcock, em que qualquer personagem não pode ser considerado inocente, o filme de Atom Egoyan nos fala da inocência do bem e do mal. A comparação com Hitchcock soa desmedida, mas o fato é que Egoyan, cineasta mediano, também pesquisa o voyeurismo e a perversão das imagens.
A exemplo de seus primeiros filmes, Egoyan surpreende aqui a patologia de seu personagem na história da relação deste com as imagens (a imagem televisiva da mãe).
O problema com Egoyan é que ele nunca aprofunda o seu tema. O curioso é que, lançando mão de um antiquado recurso do cinema clássico, a estrutura em flashback para delinear o perfil psicológico das protagonistas, ele chega a personagens típicas do moderno: crianças enjeitadas e perdidas que Felicia e Joseph ainda são; personagens que, no fundo, representa, em sua condição, a nós, espectadores.


Avaliação:   



Texto Anterior: Programação do evento investe em temáticas geopolíticas atuais
Próximo Texto: Mônica Bergamo: Pé na estrada
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.