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32ª MOSTRA DE SP
Crítica/"Katyn"
Wajda filma drama robusto sobre guerra
COLUNISTA DA FOLHA
Após uma controvertida carreira internacional ("Danton",
"Um Amor na Alemanha",
"Os Possessos"), Andrzej
Wajda volta ao tema de seus
primeiros e extraordinários
filmes: a Polônia esfacelada
por alemães e russos durante
a Segunda Guerra.
Em "Katyn", o assunto é
um dos episódios mais escabrosos da guerra: o massacre
de milhares de oficiais poloneses no leste do país em
1940. O crime foi atribuído
aos nazistas pela propaganda
soviética, mas décadas depois ficou provado que os
próprios russos executaram
as vítimas e as enterraram
em valas coletivas.
Inspirado no romance
"Post Mortem", de Andrzej
Mularczyk, que se baseou em
diários e cartas dos oficiais
mortos, o filme é um drama
robusto, implacável, em que
o caos e a loucura da guerra
não são escusas para livrar
ninguém da responsabilidade de seus atos e da manipulação da verdade.
"Katyn" (nome do local do
massacre) se inicia com uma
seqüência magnífica: numa
ponte, uma leva de fugitivos
encontra outra multidão que
caminha em sentido contrário. Uns fogem dos alemães,
que invadiram o país pelo
oeste; os outros, dos russos,
que entraram pelo leste.
A Polônia que o filme nos
mostra é sem rosto. A certa
altura um homem pergunta:
"Como será quando a Polônia for livre?". Uma mulher
responde: "A Polônia nunca
será livre".
Aos 82 anos, Wajda não
parece mais otimista do que
quando realizou, nos anos
50, sua soberba trilogia "Geração", "Canal" e "Cinzas e
Diamantes".
(JGC)
KATYN
Quando: hoje, às 21h, na Cinemateca; amanhã, às 19h30, no Cinemark do Shopping Eldorado
Classificação: não indicado a menores de 14 anos
Avaliação: ótimo
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