São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 2008

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Crítica

Hurt dá rosto à inexistência em "Turista Acidental"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Macon Leary escreve guias de viagem e detesta viajar. Ele tem o rosto distendido e entediado de William Hurt. De certa forma, o papel em "O Turista Acidental" (HBO, 1h30; classificação indicativa não informada) é o maior momento de Hurt no cinema.
Porque em "O Beijo da Mulher Aranha", que lhe deu um Oscar, seu personagem existe, como em outros tantos em que foi indicado. Aqui tudo é mais difícil, pois é de inexistência que se trata. Macon Leary não tem o que fazer na vida, e a arte do ator -e do diretor Lawrence Kasdan- consiste em dar-lhe vida, apesar de tudo.
Quanto a Kasdan, convém lembrar que seu forte é a sensualidade. Desde "Corpos Ardentes" é o aspecto que mais torna bem-sucedidos seus filmes bem-sucedidos. Sair-se do desafio que era representar a vida desse homem, seus impasses, seus vislumbres não era coisa fácil. Uma aposta que levou sem entregar os pontos para os apelos habituais da indústria. Será por isso que desapareceu?


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