São Paulo, quarta-feira, 18 de novembro de 2009

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MIS mostra imagens geradas em laboratório

Artistas que trabalharam em projeto do museu tentam criar novos espaços visuais e sonoros a partir da tecnologia

Estão na exposição Anaisa Franco, Cláudio Bueno, Paulo Meira, Caetano Dias, Guilherme Lunhani e Felipe Sztutman e Rodrigo Bellotto

SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL

Numa sala escura, três projetores lançam imagens contra um cilindro cheio de fumaça.
Anaisa Franco dá uma volta em torno de sua obra, procurando enxergar cada estilhaço de luz.
"É uma escultura imaterial", diz ela. "A luz vira matéria."
E também tenta definir espaços nas obras dos outros residentes do Museu da Imagem e do Som. Nesta primeira mostra do grupo de artistas que trabalhou no laboratório do MIS, fica clara a tentativa, fracassada ou não, de criar novas dimensões a partir da tecnologia.
Franco fala em "extrusão da imagem". No dicionário, extrusão quer dizer a passagem de metal ou plástico por um orifício para chegar a uma nova forma. Não difere muito do que fazem esses artistas, tentando enfiar, pela goela das novas mídias, imagens antes restritas a plataformas convencionais.
No cilindro de fumaça, extrusão que deu certo, a imagem de uma garota andando pela cidade se transforma numa constelação de pontos luminosos, de uma energia raivosa. Desafia a perspectiva comum e transforma a metrópole numa caixinha de música a mil por hora -farpas de uma noite mal dormida.
Caetano Dias vai na mesma direção e projeta a imagem de um homem num mar revolto sobre um chumaço de algodão.
Tenta opor a tempestade já em curso à sua forma latente, sobrepondo nuvem e aguaceiro.
Dividindo um único filme em duas telas, Paulo Meira alterna dois momentos de percepção, tentando criar uma terceira margem para uma história que já existia num só plano visual.
Na linha interativa, Rodrigo Bellotto e Felipe Sztutman constroem uma caixa preta.
Um corredor em caracol leva a um pequeno espaço lá dentro, cheio de "estímulos sensoriais". Evocam a arte participativa, dizendo que é uma obra centrada no espectador, nas "narrativas sinestésicas" que ele for capaz de construir.
Do mesmo jeito que os balões de Cláudio Bueno, acionados por celular, estouram e despejam purpurina roxa no espaço do museu. Cada visitante manda um desejo à obra, que responde com a pequena explosão, não importa qual o desejo. Fica o chão todo brilhante e a sensação de que falta alguma coisa.


MOSTRA LABMIS

Quando: ter. a sáb., 12h às 19h; dom., 11h às 18h; até 3/1
Onde: MIS (av. Europa, 158, São Paulo, tel. 0/xx/11/2117-4777)
Quanto: R$ 4




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