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"Bored to Death" alcança o riso com Dom Quixote moderno
Série estreia no domingo na HBO com paródia dos romances de detetive
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
O fora de uma namorada faz
Jonathan ter um surto de Dom
Quixote. Imitando o personagem de Miguel de Cervantes,
quando ela o abandona, ele se
transforma numa paródia de
um detetive dos romances noir
de Raymond Chandler.
A batalha contra os moinhos
de vento vira, aqui, uma busca
desesperada que mostre que
Jonathan (Jason Schwartzman) possa ser alguém, um herói de preferência, em vez do
bêbado maconheiro que sua
amada enxerga. Ele não se encaixa no estereótipo do investigador durão, mas se arma do
casaco de chuva e do semblante
de interrogatório para tentar
ser convincente.
Escrita por Jonathan Ames,
que deu seu próprio nome ao
protagonista, a série "Bored to
Death" (entediado até a morte)
estreia no próximo domingo,
na HBO. É uma safra boa para o
canal, que tem entre seus seriados "Hung", "Mad Men" e "Filhos do Carnaval".
Jonathan se mete nas encrencas mais esquisitas, mas
tudo dá certo porque parece
que todo mundo, numa espécie
de terapia coletiva, sente falta
de mais conversa e da inocência
desse desorientado.
Seu parceiro é o editor de
uma revista feminina, em crise
também, mas pela perda das
leitoras. Ele é um misógino, que
tem interesse em tudo o que é
novo, mas porque sua vida é de
um vazio desolador. Este é um
interessante papel para Ted
Danson, que já foi o dono do bar
de "Cheers", o vilão interesseiro de "Damages" e agora entra
nessa interpretação estereotipada, mas que ele carrega com
uma hipocrisia elegante.
Esta série curta, de oito episódios, já tem uma nova temporada para 2010. É uma mistura
dos personagens neuróticos de
Woody Allen com a inadequação de Judd Apatow que sacode
o tédio para longe. É mais do
que Jonathan poderia querer.
BORED TO DEATH
Quando: dom., às 22h, na HBO
Classificação: 16 anos
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