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MPF apura recuo de ministro em veto a uso da Lei Rouanet
LARISSA GUIMARÃES
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Juca Ferreira
(Cultura) será investigado
pelo Ministério Público Federal por ter permitido que
projetos de Caetano Veloso e
Maria Bethânia usassem benefícios fiscais da Lei Rouanet, mesmo após parecer
contrário de uma comissão
formada por integrantes da
sociedade e do ministério.
Um inquérito civil público
foi aberto, na última sexta-feira, pela procuradora da
República Ana Paula Mantovani Siqueira, que irá apurar
se o ministro cometeu crime
de improbidade administrativa. O inquérito foi instaurado depois de representação
de alguém cujo nome foi
mantido em sigilo.
Em junho passado, a comissão entendeu que a turnê
de Caetano não precisava de
incentivo por ser comercialmente viável. Dias depois, o
ministério autorizou os produtores a captar R$ 1,7 milhão para os shows.
No ano passado, o ministro derrubou decisão que rejeitou a turnê de Maria Bethânia porque a bilheteria
"tornaria desnecessária a
utilização de incentivo fiscal". Os produtores pediam
para buscar R$ 1,8 milhão.
Nas duas ocasiões, o ministro disse que a lei não tem
critério específico para impedir o patrocínio de shows
comercialmente viáveis.
Outro lado
O Ministério da Cultura
informou que não foi notificado formalmente da ação.
"[Mas], à época da aprovação, foi divulgado que os preços de ingressos da turnê de
Caetano foram aprovados
com redução de R$ 80 para
R$ 40 em shows patrocinados via renúncia fiscal", diz
nota enviada à Folha.
O ministério afirma que
acatou recurso dos produtores, seguindo decreto que
prevê que, em projetos financiados pela Rouanet, deve haver "comercialização de
ingressos mais acessíveis".
Procuradas, as assessorias
de Bethânia e Caetano não
quiseram se manifestar.
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