São Paulo, sábado, 18 de dezembro de 2004

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DATAGIL

Acordo com MinC prevê coleta de dados específica para a área em 2006

IBGE irá pesquisar o setor cultural

DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, assinou ontem, no Rio de Janeiro, um Acordo de Cooperação Técnica com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para que, a partir de 2005, sejam produzidas pesquisas sobre o setor cultural.
No primeiro ano, o instituto processará dados que já estão em outras pesquisas suas, como a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares).
"Nós temos produzido um conjunto de informações que tratam da cultura, mas elas estão dispersas. Agora poderemos ver o setor dentro da realidade brasileira", disse o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.
Segundo ele, em 2006, havendo recursos, poderá ser feita uma pesquisa específica para a cultura. Pereira Nunes e Gilberto Gil defendem essa necessidade escorados nos investimentos que as leis federais do setor (Rouanet e do Audiovisual) têm atraído: mais de R$ 3,5 bilhões entre 1996 e 2003, segundo dados fornecidos pelo MinC.
"Esse mapeamento permitirá um desenho de políticas públicas no campo da cultura", exaltou Gil, também apostando no aumento dos investimentos privados. "Quem investe sem conhecer seus públicos, os hábitos, faixa de renda, escolaridade?", questionou o ministro da Cultura.
O IBGE já começou seu trabalho tentando retratar a cadeia produtiva do setor. A idéia é expandir a pesquisa para os consumidores e mostrar "qual é o peso da cultura na estrutura dos orçamentos familiares", segundo Wasmália Bivar, diretora de pesquisas do instituto.

Ancinav
Sobre a Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual), Gil procurou não se mostrar decepcionado com o adiamento para o ano que vem do envio do projeto ao Congresso. A reunião do Pleno do Conselho Superior de Cinema, que reúne nove ministros, foi transferida do dia 9 para ontem e de ontem para o ano que vem.
"Continuamos nos reunindo com dirigentes de emissoras de TV e do setor de radiodifusão para discutir a idéia da forma mais democrática. Não há mudança de rumos", afirmou ele, cujo projeto tem sido bombardeado por alguns cineastas e empresas, como a TV Globo, que vêem a Ancinav como autoritária.


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