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TELEVISÃO
Crítica
Scorsese faz de "Infiltrados" um elogio ao ator
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Existe um infiltrado entre os
gângsters em "Os Infiltrados"
(HBO Plus, 18h15; não recomendado a menores de 12
anos), que é Leonardo di Caprio, e um infiltrado deles na
polícia, que é Matt Damon.
São dois atores representando o mesmo papel: de alguém
que precisa ganhar inteiramente a confiança de outros. O
que exige deles mais do que de
qualquer ator é, primeiro, que
não existe um texto fixo para
representar: tudo é improviso.
E, segundo, que um passo em
falso não será perdoado.
De certa forma, Martin Scorsese faz aqui o elogio do ator e
de sua capacidade de ser outro
que não si mesmo. Também estabelece um jogo de tensões,
quase permanente, na medida
em que não percebemos nunca
eles falharem. E a disputa de
poder, para ver quem ordena o
filme, passa por aí.
Ainda hoje, Woody Allen faz
uma nem tão velada crítica de
boa parte do cinema contemporâneo, na bela comédia "Dirigindo no Escuro" (TC Cult,
0h; não recomendado a menores de 12 anos).
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