São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

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TELEVISÃO

Crítica

Scorsese faz de "Infiltrados" um elogio ao ator

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Existe um infiltrado entre os gângsters em "Os Infiltrados" (HBO Plus, 18h15; não recomendado a menores de 12 anos), que é Leonardo di Caprio, e um infiltrado deles na polícia, que é Matt Damon.
São dois atores representando o mesmo papel: de alguém que precisa ganhar inteiramente a confiança de outros. O que exige deles mais do que de qualquer ator é, primeiro, que não existe um texto fixo para representar: tudo é improviso. E, segundo, que um passo em falso não será perdoado.
De certa forma, Martin Scorsese faz aqui o elogio do ator e de sua capacidade de ser outro que não si mesmo. Também estabelece um jogo de tensões, quase permanente, na medida em que não percebemos nunca eles falharem. E a disputa de poder, para ver quem ordena o filme, passa por aí.
Ainda hoje, Woody Allen faz uma nem tão velada crítica de boa parte do cinema contemporâneo, na bela comédia "Dirigindo no Escuro" (TC Cult, 0h; não recomendado a menores de 12 anos).


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