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Por que não ser mais acessível?, diz Reinaldo
Um dos nomes da moda de
luxo no Brasil, Reinaldo Lourenço faz roupas requintadas e
bastante caras. Exigente e perfeccionista, ele seria, a princípio, o designer com menor probabilidade de se adaptar às demandas de produção maciça e
barata da C&A.
No entanto o milagre ocorreu. Não só uma, mas duas vezes, devido ao sucesso da primeira coleção que ele desenhou para a empresa. "A segunda coleção foi ainda mais bem
sucedida nas lojas, alguns produtos esgotaram no mesmo
dia", revela o estilista.
"De uma para outra coleção,
eu mesmo aprendi a fazer melhor, seguindo o modelo de produção que eles me propuseram", afirma. "Foi de fato um
aprendizado de como fazer
uma roupa mais democrática."
Mais barato e veloz
Reinaldo conta que a experiência com as coleções para a
C&A acabaram se refletindo no
processo de trabalho de sua
própria grife. "Comecei a pensar de maneira diferente, sobretudo a respeito de custos.
Aprendi a cortar alguns gastos,
se eu consigo obter o mesmo
efeito com materiais menos
onerosos. Por que não posso fazer uma roupa mais acessível?",
pergunta o estilista.
Ele também afirma que passou a se preocupar mais com a
velocidade de produção de suas
coleções, após a experiência no
fast fashion da C&A. "Eu costuma fazer tudo lentamente, porque trabalho muito com recursos artesanais."
Para Reinaldo, a moda no
Brasil precisa aprender a "comunicar com mais gente". "Para mim, foi uma realização pessoal poder passar minhas ideias
de moda para a massa", diz.
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